Museu de Cristo

Zezeti & Ademir

  • 																					Fiz a casa de taipa no alto da serra
    Cobri com coqueiro, quem vê se admira
    Eu fiz um fogão e um forno de lenha
    Todinho de barro no gosto caipira
    Fiz uma jangada e um samburá
    Toda de taboca pra pescar traíra
    Eu fiz um monjolo também um engenho
    Uma rede de esteira amarrada de embira

    A essência do ventre da felicidade
    É a minha palhoça e meu mausoléu
    Enfrento o sol com a cama de ozônio
    Das palhas trançadas do meu chapéu
    E a noite eu sinto a presença de cristo
    Esculpindo estrelas no negro painel
    No balanço da rede adormeço olhando
    A lua mamando no peito do céu

    Aqui onde moro a mãe natureza
    Pinta quadros vivos para os olhos meus
    As figuras nascem na alcova divina
    E recebem a luz da placenta de Deus
    Na tela infinita do grande universo
    Também sou estampa do acervo seu
    O sábio pintor com pincel invisível
    Expõe suas obras em seu próprio museu

    Sou tapiocano caboclo matuto
    Espinha dorsal da nossa nação
    Sou escudo do sol escravo da sorte
    E também o elo do centeio do pão
    Sou cego que vive regando flores
    Sugando esperança no seio do chão
    Caipira eu nasci caipira vou morrer
    E jamais vou viver longe do meu sertão

Letra enviada por Playlists do Vagalume

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

ÚLTIMAS

ESTAÇÕES

ARTISTAS RELACIONADOS