Galo cantou, pé na porta do despertador amor acordou, negociou retorno ao cobertor Já que era cedo, então cedi, cheia de graça me sorri, tanto que o café até esfriou "Mas sério, agora deixa eu ir"
Tapete de "bem vindo" Lá fora megalópole sorrindo, no ponto Belas e feras à espera do bonde E o conde, conta dez mil réis em cima da ponte Grana do gabinete onde a corrupção se esconde
No caminho não pude deixar de reparar Milhões de nós na fatia pra cada marajá Do bolo, de dinheiro que vem sem guaraná Sansão é o povo, Dalila o governo, o nosso cabelo eles vão cortar
Casa de ferreiro, espeto é de pau Terno e gravata "engajado" em causa social Meu sogro autor da Beyoncé brasileira mas com a integridade em xeque em meio a tanta sujeira
Homem de boa fé, há anos no cenário Porém recentemente também pus meu pé atrás no que diz respeito a fazer o meu povo de otário Não vai à feira, mas vende seu peixe no plenário
E foi com a mesa posta, num jantar de família Ouvi um cochicho entre pai, mãe e filha Fingi que tava calmo, mas por dentro confuso "Na cabeça desse cara falta uns parafuso" Larissa pressentiu a treta sabendo o homem que tem Moleque justo, camiseta Vila Santarém
Mais um lugar onde pobre é só estatística Da Paulista, Vargas até as províncias Paes love Maricá, triplex Guarujá Faltam investimentos nas terras turísticas
Larissa sem ação, cara de constrangida Mostrei que confiava, segurei sua mão Tratei de acalmá-la, e logo em seguida Expliquei a situação com uma analogia "Ciente de que aqui honestidade não é premissa Agora imagina tu, minha cara Larissa que cada estrela é um fraude e a gente adquira o hábito de olhar pro céu a cada injustiça? "