Quando eu saí de lá de Maceió eu fui andar no meio de mundo com um olho só Eu falo assim porquê sou precavido justamente do provérbio que meu pai me fez, que diz: Meu filho, se quer ver o feio, arrisque um olho só pra não cegar de vez Nem todo mundo tem dois braços, duas pernas nem a boca fala sempre a vós do coração Quando a cabeça não se usa pra pensar o corpo inteiro paga e serve de lição. São Paulo, eu vi, eu quis, eu fui mas sei que não venci legal Em Minas, no clube da esquina, eu me inscrevi mas não matei a pau. No Rio de Janeiro, fevereiro, carnaval meu candeeiro também se apagou. Bati na trave lá na Paraíba onde uma menina me negou amor.
a sorte é de quem arrisca, não se pode ganhar nada sem sequer jogar, mas eu perdi no jogo da saudade quando eu morava lá no Ceará. Lembrei das coisas lá da minha terra. O mirante da sereia e praia do francês Me deu vontade de sair voando, jogar tudo fora e regressar de vez.
Quando eu passei de avião vendo a cidade tão bonita, senti me dar um nó. Voando baixo pela Ponta Verde, salpicada de turistas de um olho só. Estou de volta pra ficar na minha terra com certeza, e naquela Tou me sentindo um rei. Vendo de novo com os meus dois olhos o que noutras terras eu não encontrei. Vendo de novo com os meus dois olhos o que noutras banda eu não encontrei. _quando eu saí de lá de Maceió... eu fui andar no meio do mundo Com Um Olho Só.
Composição: Walter Bernardino Fazendeiros do Forró