Numa tarde de sol vaquejada eu cantava com o meu violão essas trovas do meu pé de serra que jorravam do meu coração
De repente uma linda menina palpitou esse meu coração meu olhar de vaqueiro tinhoso não negou essa minha atenção não
Quando eu estava em meu roçado trabalhado arando o chão eu pensava ser vaqueiro que tocasse violão Nas horas vagas de folga, deixava de ser valente pra fazer minha oração
Eu já era apaixonado pela filha do patrão Mas eu reprimia o sonho de guardar seu coração Ela era muito rica e seu pai era orgulhoso não nos aceitava não
Eu parti pra outra história depois que ela se casou Com um fazendeiro rico que seu pai lhe obrigou Fui viver a minha vida criei fama fiquei rico Nunca mais tive outro amor
Quinze anos se passaram e tanta coisa aconteceu Eu andei por mundo a fora Quem com a vida aprendeu que a dor quando não mata, faz do ferro ouro e prata Tudo que hoje sou eu
Quando eu saí do tablado e guardava o violão Uma voz chamou meu nome palpitou meu coração - Olhou dentro dos meus olhos Disse: Pai sou sua filha! quase me faltou o chão
Me contou a sua história tudo que lhe aconteceu O que foi uma tragédia o seu avô quase morreu Por seu genro foi traído os seus bens subtraídos Essa notícia me deu
Hoje eu seu que o destino cedo ou tarde nos castiga Mas depois de castigado faz alegre a nossa Lida Minha filha meu tesouro vale mas que o peso em ouro vale mais que a própria vida