Vitorino
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Contos do Principe Real

Vitorino


No jardim do PrĂ­ncipe Real
(ainda hoje tenho de lĂĄ ir)
Encontrei-me com fulana de tal
Pus-me a ver as estrelas a luzir

TrocĂĄmos silĂȘncios de mĂŁos dadas
ConversĂĄmos com os olhos e o pensar
Espreitavam-nos do quarto da criada
Do PalĂĄcio Italiano com portal

Mas um dia perdeu-se o coche vermelho
Que a Princesa levava sempre ao jardim
Meteu-se por caminhos que nĂŁo tĂȘm fim
Perco a esperança de Ă  noite tornar a vĂȘ-lo

Novembro maldito mĂȘs das almas,
nesse ano nem o azul do céu poupaste,
Carregaste com nuvens de negro corte.
Mas vamos rapazes depressa ao vinho,
porque ao vinho nĂŁo o vence nem a Morte!
porque ao vinho nĂŁo o vence nem a Morte!

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