Eu sonhei que o marme engolia, me tirava o ar Experimentei uma paz De ver que eu não iria mais voltar
Eu vi que o céu É só mais uma ilusão Escrevi num papel pra me lembrar ao fim do furacão
Precisei voar pra bem longe só pra ver Serei sempre eu, as palavras E o resto é nada mais Serei sempre eu, as memórias E o resto é nada mais
Eu tentei pintar na minha cara um sorriso igual
Àquele que eu sei esta lá Num grão de areia entre as Mostardas e o Pinhal
Eu vi que o céu me atrai bem mais o que o chão Mas é tão cruel contemplar sozinho a imensidão
Queria alguém pro universo observar Seria só eu, alguém e o resto é nada mais Seríamos eu, você e o resto é nada mais...
Eu queria, por um dia, conseguir mudar Deixar de ser errante, por um dia não andar Eu tenho uma ferida de cada lugar Em que deixei guardada a solidão
E é por isso que eu não sei lidar É muito mais do que meu peito pode suportar Não quero sonhos com hora marcada pra acabar Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar
Será que há alguém pra meu ouvir e me fazer mudar ? Será que há alguém por ai?