Vinícius Terra
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Pra Lusofonia

Vinícius Terra


Eu também sinto sodade, Cesária!
Era Eva, Évora, outras Veras
Veredas, varais
E ouvirás em fim de cada boa malha
uma nova menina, enfim, Amália
Aos olivais que conduzem à Fátima traduz
talvez lástima, casta
E à tasca: pra sentimentos privados
que venham emoções públicas
Sete saias, maré... Mares a Nazaré!
Naus... E algumas caravelas
Paus... De outras primas matérias
Porque ser não é estar quando
O emotivo exprime em ti
o que o sentimental reprime em si
Imprime também tal herança
a dobrar cada Cabo... Esperança
Passado Tormenta; presente esperança
bonança do tempo
Verbo: lembrança
E mais além da Marrabenta há quem diga
A Leste, o Timor!
Há respeito, mas não mais temor, Adamastor!
Arrebenta o ranço... E só haverá descanso
quando a conquista for o livre trânsito
Tombar tais barreiras, aproximar irmãs
Nações, fronteiras, com afinco, pressa e afã
Regressa o samba ao semba
(cantadas à mesma mesa)
E a morna e o fado-à-desgarrada
dançadas na reza; amarradas como presa
Preza assim o cacimbo indo ao passo imperfeito
Acerta... Erra... Sobre o mesmo salão: chão de terra
E nesta ode, Camões
Pindorama sou (tupiniquim ainda!)
Na mesma entrada. Porta: o alecrim
Ao vento, à vela: deixe-me livre!
Empresta-me vermelhos cravos
Pra silenciar os canos que calam os meus em Costa Barros!
São outras aldeias, outros guetos, outras vilas
Vias para minha esperança luzidia
Outros Lusíadas... Luz ao dia!

Composição: Vinicius Terra, Paulo Canuto

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