Vieira e Vieirinha

Rio Preto

Vieira e Vieirinha


Rio Preto era um negro
Criado na sujeição
No gorpe da liberdade
Nego virou valentão

Pôs na cinta um bacamarte
Do outro lado um facão
As donzela e as casada
Nego deu perseguição

Foi na casa do Zé Leite
Zé Leite não tava lá
Achando a muié sozinha
Nego pegou a intimar

Não me aceite por visita
Que eu não vim lhe visitá
Monte aqui na minha garupa
Que eu vim é lhe buscá

A muié lhe ofereceu
Duas pataca de ouro
Só me interessa a senhora
Ô muié, deixe de choro

Essa sua formosura
Vale mais que um tesouro
Se o Zé Leite acha ruim
Queimo pórva no seu couro

Zé Leite quando chegou
Soube do que acontecia
Foi dizê pra sua sogra
Vim entregá sua filha

Quem tratou dezoito ano
Pode tratar mais um dia
Se eu não encontrá Rio Preto
Não procuro mais família

Respondeu seus dois cunhado
Que mostrava lhe estimá
Pode ser no fim do mundo
Rio Preto vamo encontrá

O primeiro atira bem
O do meio regular
O defeito do caçula
É todos os tiro não errar

Saíram os três rapaz
Vê três onça comedeira
Atoparam com Rio Preto
No meio da capoeira

Foi na primeira descarga
Rio Preto arriou bandeira
Tô ferido, rapaziada
Tô na hora derradeira

Eu vos peço, José Leite
Não me acabe de matá
Me leve pro padre Amâncio
Que eu quero confessá

A morte de Rio Preto
Fez o sertão sossegá
Acabou o pesadelo
Das família do lugá

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Composição: Teddy Vieira e Alceu Maynard Araújo

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