Como nós vamos se acostumar com essa situação? Morto pelo bope na tv não dá ibope As favelas do rio de janeiro Choram em cima do sangue do preto e do pobre Clamar por paz é a mesma coisa Que tapar os ouvidos do capataz Que nos trancam em uma caixa de madeira Amordaçados, esculachados e exilados E demonstra pro brasil inteiro como é que faz Morador não se coloque para trás
(ty-rap) Só quem mora na favela sabe como é que Acordar desesperado com o canto do fuzil (yeh) Procurando um morador que já sofre pelo estado Não somos largados, nem abandonados Infelizmente acham que eu sou bandido Só porque uso boné e faço meu estilo É estilo de favela neguim Faço acontecer e não tem ninguém por mim Fechamos a rua, pulamos a mureta Protestamos mesmo sem pé, emprego ou muleta Não é porque minha conta é gato Que você vai me tratar como rato Rato é você criado em laboratório Girando e girando com o mesmo propósito De destruir, matar e reagir Desconstruir, humilhar e cuspir
(plá... plá... plá... plá...) Os cabos de aço leva o caixão Moradores secam o sangue no chão Vejo pilhas de mortos fora do caixão Toda semana um morto em um ponto é mó situação
(joss) É mó situação, uma violação Casa madeira em cima do lixão Preso no morro quando tem operação Só acaba os tiroteios quando somos levados Pra sala de operação 3 Tiros coro por falta de atenção? Deitado em casa perfuram a parede Como isopor sem sustentação Ninguém aguenta essa situação... não
(ty-rap) Pra onde vou, pra onde ir? Só se mudamos daqui pra uti Alvejados toda semana Somos tratados como concreto No meio dessa trama Aqui é iraque e não terra das maravilhas Um lugar aonde quem leva o sustento pra família É tratado como chefe de quadrilha É alvejado no pescoço É morto na hora do almoço
É foda compor e saber que teve que partir Mas essa canção é feita pra refletir As comunidades do rio de janeiro São as que mais sofrem o dia inteiro (chacina, chacina, chacina) É isso que fazem com quem vive no meio dessa rinha
(plá... plá... plá... plá...) Os cabos de aço leva o caixão (só quem mora na favela sabe como é) Moradores secam o sangue no chão (só quem mora na favela sabe como é) Vejo pilhas de mortos fora do caixão Toda semana um morto em um ponto é mó situação
(joss) Essa talvez seja a verdade. sentem inveja De vivermos com tão pouco e portar felicidade Que só é ofuscada pelas luzes vermelhas Que trazem a certeza de olhos de maldade Azul pra mim já foi a cor do céu e do mar Hoje é do medo pois ela pode matar E mata, e nada acontece, só com quem não merece Prece, prezo por nossas vidas Em todas as ruas, becos, vilas Vielas, favelas, subúrbios, periferia Onde tudo acontece, principalmente A alternação entre a harmonia e a agonia, todo dia Som de helicóptero no teto pros rico é heliporto Pra que nós que moramo aqui é saber que alguém vai ser morto E a mídia disfarça falando: morreram dois traficantes Mas foram inocentes, e foram oito
(plá... plá... plá... plá...) Os cabos de aço leva o caixão (só quem mora na favela sabe como é) Moradores secam o sangue no chão (só quem mora na favela sabe como é) Vejo pilhas de mortos fora do caixão Toda semana um morto em um ponto é mó situação