Ai meu Deus! Abra meus caminhos Quero colher flor e amor, chega de espinhos Quero colher flor e amor, chega de espinhos Um dia ainda viro doutor, vou fazer o meu destino
Já muito cedo tínhamos que trabalhar Eu apenas com 10 anos, não tinha colher de chá Éramos 10, meu pai bebia e tocava o terror O pior que minha mãe apanhava Quanta revolta quanta dor
Tomei coragem, pai quero estudar Levei uma bofetada, se não trouxer dinheiro não vai jantar Minha mãe sabendo da situação Levava escondido pra gente, na cama pedaços de pão
Um belo dia na rua, ele me encontrou Rasgou livro, caderno e gritava, lá em casa não forma doutor (Ai meu Deus!)
Refrão
O tempo passou e meus irmãos já não mais ali Ele de cama entrevado, a comida não podia dividir
Chegou a hora dele se acertar com Deus Nos meus braços deu o último suspiro e logo morreu Confesso que na hora nada senti Minto, fiquei aliviado por minha mãe e por mim
Agora sim, agora sim Vou comprar pra ela uma casa com jardim
A ela devo tudo, escondido me ajudava a estudar Agora me despeço, pois, preciso trabalhar
Tenho que vestir a toga, uma audiência pra comandar bam bam, bam (batida) silêncio!