Vejo o mundo em linha reta quando ando nas calçadas Sinto o cheiro das suas flores misturar com a fumaça
Vejo os senhores e seus automoveis indo para nenhum lugar Vencendo as esquinas, rasgando as avenidas
Vejo seu rosto na foto, na capa da revista Do lado do seu livro a minha historia sem sentido
A cidade. Metrópole, zona urbana. Ambiente caótico. Berço essencial.
As imagens. Arquiteturas, propagandas, placas. Avalanche de informações. Temas textuais.
A poluição. Odores, cheiros, fumaças. Natureza sufocada. Crítica acirrada.
A sonoridade. Gritos, tiros, motores, máquinas. Audição saturada. Elementos musicais.
Em meio a tudo isso, nasce a unidade de som intensivo. Fruto do caos e utilizando o mesmo como matéria-prima para a sua sobrevivência. Recliclando todo o produto urbano, misturando o lixo ao luxo e apresentando um novo resultado.
Vejo o mundo em linha reta quando ando nas calçadas Sinto o cheiro das suas flores misturar com a fumaça
Vejo os senhores e seus automoveis indo para nenhum lugar Vencendo as esquinas, rasgando as avenidas
Vejo a criança sozinha e suja no sinal pedindo esmola A sombra da menina maquiada e de mini-saia Esperando por alguem que não vai passar... nunca
Composição: Eduardo Vaz, Klênio Klamber E Márcio Klaperrich