Three Days Grace
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Crescer em uma cidade tão pequena que todos são testemunhas das vidas de todos e do efeito de suas ações pode traumatizar uma pessoa, ou torná-la especialista em relações humanas. O disco de estréia do trio THREE DAYS GRACE, que leva seu nome, traz um rock potente, extremo, cheio de refrães melódicos e letras que exploram o lado sombrio do comportamento humano. Coisas de quem viveu na pequena Norwood, Ontario, Canadá, até recentemente.

Da primeira música de trabalho, "I hate everything about you", que fala de relações de amor e ódio à luta pela individualidade de "Just like you", o THREE DAYS GRACE compõe sobre os conflitos internos das pessoas, e sobre o desejo de liberdade. Musicalmente, a banda vai da extrema "Let you down", com vocais que beiram a demência, à progressiva "Burn", com seus ritmos quebrados, passando pelo rockão reto de "Home".

“Vimos muita maluquice na nossa adolescência, e boa parte do nosso material vem daí”, diz o baterista Neil Sanderson, o mais falante dos três. “Acho difícil compor sobre coisas alegrinhas”, admite o cantor e guitarrista Adam Gontier, soturno. “Você não precisa de um escape quando está feliz”. Adam e o baixista Brad Walst cresceram em Norwood, cidade de 1500 habitantes, apenas uma rua iluminada, e muito drama. “Você fica com uma perspectiva diferente”, diz Brad. “Todos se conhecem, e não há como esconder nada. Deve ser por isso que você consegue enxergar além da aparência das pessoas”.

Neil é de Peterborough, a 25 minutos, uma cidade maior, conhecida por ter dado ao mundo a modelo-e-atriz Estella Warren e o roqueiro Sebastian Bach (do Skid Row). Quando os três começaram a tocar juntos, segundo Adam, “todas as 1500 pessoas da cidade nos apoiavam”. Os três não elaboraram uma estratégia para aparecer na MTV ou conseguir contrato com uma gravadora. Eles apenas adoravam tocar ao vivo, em qualquer lugar. “Tocamos antes de um filme, uma vez”, lembra Neil. “Costumávamos atravessar a área rural do estado em meu carro, com um trailer atrás, para tocar shows de três horas de duração em pequenos bares”.

Nos shows, eles sempre tinham a preocupação de jogar algumas músicas próprias, mas foi em 1997, quando foram para Toronto, que surgiu o nome Three Days Grace e uma banda com trabalho 100% próprio. “Como em qualquer pequena comunidade, você chega a uma idade em que existem três opções - diz Adam. Esportes, drogas, ou, no nosso caso, a música. Foi nossa porta de saída”. Uma vez estabelecidos em Toronto, eles conseguiram um empresário, que os apresentou ao compositor e produtor local Gavin Brown. “Mostramos a ele anos de composições e ele escolheu as melhores”, lembra Adam a respeito do show de 90 minutos apresentado a Brown em um estúdio de ensaio.

Depois de muita ralação, a versão final de "I hate averything about you" - sucesso nas rádios brasileiras - foi o passaporte para o contrato, em um show no principal teatro de Peterborough, o Gordon Theatre, onde a banda já tinha tocado centenas de vezes e o público os tem como ídolos. “Somos influenciados por bandas como o Kyuss e o Sunny Day Real Estate, mas Gavin respeita muito os Beatles e seus padrões de composição”, diz Adam. “Ele nos ensinou que todas as partes de uma música devem ser sensacionais, e só aí outras pessoas vão querer nos ouvir”.

O próprio presidente da Jive Records fez questão de encontrar os rapazes e garantir que a companhia lhes daria todo o apoio. O primeiro passo foi deixar o Canadá a caminho do estúdio Long View Farms, perto de Boston. “Passamos os meses anteriores fazendo a pré-produção, e quando entramos no estúdio tínhamos o disco inteiro praticamente composto”, lembra Neil. Entre as músicas estão "Let You down", sobre decepção, e a auto-explicativa "Scared". Algumas músicas foram compostas ao longo de anos, outras em alguns dias”, diz Brad. "Overrated" , que encerra o disco, levou apenas um dia para nascer.

Ignorando as tentações do rancho do lado de fora do estúdio, a banda se trancou e saiu de lá com metade do disco gravado, antes de partir para Bearsville, em Woodstock, Nova York. Os dois estúdios funcionaram perfeitamente para os meninos do interior, que certamente ficariam distraídos em grandes cidades. Com nada a fazer além de trabalhar, os três entraram em uma fase especialmente criativa. O estúdio Bearsville-onde foi gravado um dos discos favoritos de Adam, Grace, de Jeff Buckley -era isolado, mas em uma área enorme, sem os cavalos do Long View Farms, mas com renas por todo lado.

Das técnicas de Gavin para conseguir a melhor interpretação de Adam (pulando como um macaco, batendo no vidro do estúdio ou dizendo ao cantor que ele era uma porcaria) à idéia genial de jogar moedas sobre uma guitarra para dar a impressão de um incêndio (na introdução do disco), o resultado é um rock sem rabos presos, que leva o ouvinte a pensar. Assim, talvez o pessoal das grandes cidades descubra que o que torna um vilarejo característico não é nada tão diferente assim.

Em junho de 2006 foi lançado o segundo álbum da banda: One X.


Fonte: site Sony BMG