Peço a licença dos senhores e senhoras do salão Pra vir aqui em vossa frente e lhes falar de minha gente e cantar nossas canção Do bando ligeiro dos cigano vagabundo que toca por todo mundo e até dentro do vagão E numa casa que chama de casa barco tem seresta e muita festa e um pouco de confusão Mesmo imperfeito é bonito nosso jeito de abrir ao companheiro a porta do coração
E se a saudade apertar e o cansaço lhe pegar escute bem o violão Pois é no som que se recebe a magia a memória e a sintonia do mistério milenar
O nobre ofício de ser bardo, cantador e menestrel Tocar na praça, no metro ou na calçada e tendo a liberdade de passar o seu chapéu Oia seu moço que é coisa muito antiga esse negócio de artista trovador do povaréu E na poesia popular e nordestina quanto que por lá se ensina no folheto de cordel E a ganancia dos netos dos fariseus arma cilada e manda gente fardada nos reprimir Pois isto prova que o que falo é verdade a cruel desigualdade só a mentira faz vingar Deixem viver e trabalhar honestamente a cultura há de ocupar este e todo lugar
Teko Porã do guarani vem nos trazer tesouros mil de quem até nós esquecemos descender o Bem Viver de nossa avó que é a mãe terra dá saúde e remédios, alimentos e amor e o homem branco que destrói a natureza mata o índio mata a vida que nos resta celebrar