Me lembro do início dessa longa estrada Ela era reta, ótima pra caminhada Agora ela está totalmente diferente Cheia de curvas, não da pra ver lá na frente
Lembro de ver os primeiros buracos Do medo de cair, dos nossos cuidados Agora eu nem sei mais da sua jornada Se está tudo bem, ou se está machucada
Lembro que você corria sem olhar pra trás Eu, achando ser prudente, observava mais Mas não valeu de nada, a gente se perdeu Pegamos outra estrada e ninguém percebeu
O chão agora já não era de asfalto Ele era de terra, e o mato em volta alto Quando nos demos conta já não tinha saída A estrada era perigosa e muito cansativa
Aí nos arriscamos por estreitos caminhos Fomos nos machucando nas pedras e espinhos Então veio a dor e fez tudo piorar Ficou bem mais difícil de a gente continuar
A esperança então começou ir embora Ia anoitecer, estava chegando a hora E quando eu pensei, pior não vai ficar Bateu um vento forte, fez o pó levantar
Você apavorada, saiu correndo e gritando Sem poder enxergar, foi me atropelando Fiquei no chão te pedindo pra parar Talvez seus gritos não deixaram você escutar
Aí você sumiu, e entrou mato à dentro Me arrastando, te procurei por um bom tempo Nessa procura acabei encontrando depois Não você, mas o caminho de nós dois
Agora estou aqui na beira da estrada Te esperando, pra continuar a caminhada Se não aparecer eu vou ter que voltar De alguma forma vou ter que te encontrar
Se tiver medo de pegar na minha mão Só me segue, vou te mostrar a direção E se depois achar que esse caminho é de ilusão Te levo de volta, mesmo na contra- mão