Sérgio Reis
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Berrante Mudo

Sérgio Reis

A Sanfona do Menino


Depois de ouvir
Muitas histórias de berrante
Eu achei interessante
Contar a minha também

Porque na vida
Eu nunca fui boiadeiro
Nem tão pouco berranteiro
Minha história vai além

Este que eu tenho
Em minha sala decorando
Ou talvez simbolizando
A dura vida da estrada

Faz muito tempo
Que por mim foi fabricado
Porém nunca foi usado
Num transporte de boiada

Eu tinha um sítio
Pertinho de Pederneiras
Terra roxa de primeira
Era a joia da região

Tinha uma junta
De boi manso ensinado
Tinha o carro conservado
Só pra manter trafição

De vez em quando
Mesmo sem necessidade
Lá ia eu pra cidade
Punha o carro no estradão

Quando eu voltava
Depois da ração comerem
Os meus bois iam beberem
Nas águas do ribeirão

E numa tarde
Lá no alto da invernada
A morte fez emboscada
Naquele cedro frondoso

Tão de repente
Levantou um temporal
Uma faísca mortal
Levou o Carinho e Mimoso

E ao perder
Os meus bois de estimação
Senti dor no coração
E chorei feito criança

Com os seus chifres
Decidi naquele instante
Fabricar este berrante
E guardar como lembrança

Composição: Nhô Tiê

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