Fui buscar um boi de carro que estava na prisão Para levar para o matador a mandado do patrão Quando a tirei o laço o animal pra mim olhou O que ele me contou foi de cortar coração
Ele disse cortador destino triste é o meu Eu não sei por qual motivo Meu patrão me vendeu Ajudei a tanta gente fui escravo do roçado Depois de velho cansado ninguém me agradeceu Ajudei a tanta gente fui um bravo do roçado Depois de velho cansado ninguém me agradeceu
Ao lado do boi vapor meu primeiro parceiro Só puxava o carro cheio Obedecendo ao carreiro Na passagem do riacho me ajoelhar no barro Ou desatolar o carro O que brava o tabuleiro Na passagem do riacho Me ajoelhava no bar o desatolava o carro Ou quebrava o tamboeiro
Quem trabalhava comigo batia por desaforo Cortava meu corpo inteiro Com um chicote de couro Em vez de me libertar Para eu morrer no cercado Meu sangue vai jorrando Nas tábuas do matadouro
Aqui eu faço um apelo Para os donos de curral Não deixar seus vaqueiro Maltratar seus animais Bote o boi velho pro pastor Tira a canga do pescoço Deixa solta seca moço Boi velho não pode mais Eu também já fui carreiro Nas estradas do sertão Pendurei o meu chicote minha vara de ferrão Eu pergunto a todo mundo porque A justiça é lenta todo velho se aposenta Porque boi de carro não