Eu saio da minha casa pro trabalho às 5:30 Que pena, mó canseira, hoje é segunda-feira Já recebi mas gastei inteirinho o meu salário Pagando as dividas que só aumentam, o que eu faço?
Eu dou sinal pro ônibus mas o corno não para Se para o busão, esse trambolho da lotado Vou pra catraca utilizar o meu bilhete único Olho pro cobrador e ele tá mau humorado
Passo a catraca, vejo a multidão Essa é a rotina de todo peão E não tem como escapar, o aroma está no ar E a galera no fundão
He, he, he, que cheiro de cecê Levanta o suvaco que a catinga vai feder He, he, he, deixa eu descer Coloca a mão no cano, se segura, pode crer
Chego no trampo e o chefe já me pede o relatório A reunião de pauta mais parece um velório Que bom é o almoço vou pegar minha marmita Com arroz, feijão, alface e dois pedaços de salsicha
Legal, já são 6 horas já é hora de ir embora Pra quem fica mais tarde, sinto muito, senta e chora Eu pego o busão de volta para a minha goma Ainda mais lotado, sinto o cheiro do aroma