O Rap soma Não some na frequência A falta de estrutura No futuro vira pena
O moleque sem Dim Se apega com o Dom Não é uma campainha Mas quem sabe o novo Mc Lon
Separação de cor É pique Apartheid Chegar às dez da noite Na quebrada é um massacre
Já vi vários moleques Carregar os pentes Outros com um livro Fortalecendo a mente
Sample [Alguém me disse]
Que era zoado Que os meus versos Nunca seriam escutados Mas tava errado Sinto lhe informar Minha poesia é um vício E vai ser foda de largar
Sistema é perito no bolo de pessoas A massa de manobra Sem fomento e ideia boa
A vida cobra duro E o pagamento é parcelado às vezes é à vista Na vista de um enquadro
Rachel [Alguém te disse]
Minha toca te toca Seu medo vem no olhar A sua perna treme Já escondeu o celular
Direita esquerda Mas que ideia é essa? Tem muita gente na quebrada Indecisa e ambidestra
Orquestra A mensagem sem massagem Que é escondida Pela (há) porra da mídia
Programa de Tv A Cidade ta Alerta O Brasil é Urgente E o Fascismo aqui impera
Samples espalhados Me trazem nostalgia E os buzão lotado Me traz mó agonia
Fatla água, educação E moradia E eu abraço a poesia Nesse grito incomodado Banho os meus versos nesse sistema falho A escravidão no Brasil é chamada de trabalho E o que eu faço, pra que possa me escutar? Pois a favela é grande mais falta se organizar
Sample e Rachel [Alguém me disse]
Algumas paradas Que polícia boa É aquela que então mata Com certeza... Essa noticia é falha E foi reproduzida por alguém de fora da quebrada
Tem muitos moleques Que vivem se achando Tão mais do que perdidos Até que no que tão falando ou rimando É até foda de falar A gente joga a ideia Mas tem uma pá pra arrastar
Reprodução de ideia Na quebrada é cautelosa Na musica, poesia Na síntese que é cabulosa
A molecada ouve e não entende nada Di Cavalcante, Oiticica e Frida Khalo Mas sabe que bombeta pros canela é enquadro
Nesse país falho A minha rima eu mesmo faço Sem descaso Só pra que possa entender Escrever é o grito que toma conta do meu ser
Alguém me disse Eu sempre tento, tento Há quanto tempo Preciso viver
Alguém me disse, disse Eu fico atento, tento Lutando sempre Pra mim vencer
Alguém me disse, disse Eu fico atento, tento Lutando sempre Pra mim vencer
Se você não tenta Num (a) Guenta, nem vem mexer O fardo é a farda na qual Cê vai sofrer
O livro é a arma Que mata a maldade Rouba a sua atenção Te traz a liberdade
Na cidade dos Cep's Dos Bumbos, dos Clap's Dos tiros, dos tiras Das margens, do Rap
Pois a prece É o respeito na quebrada Pra que possa seguir Na sua caminhada
São Paulo é uma selva Onde... Sigo rimando Cercado de sirene Rodeado de tucano
Vou vencer O dia-a-dia Minha luz não é vermelha E o meu grito é poesia
Alguém me disse Eu sempre tento, tento Há quanto tempo Preciso viver
Alguém me disse, disse Eu fico atento, tento Lutando sempre Pra mim vencer
Alguém me disse, disse Eu fico atento, tento Lutando sempre Pra mim vencer