Poeta Márcio Ricardo
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Somos todos poesia

Poeta Márcio Ricardo


O Rap soma
Não some na frequência
A falta de estrutura
No futuro vira pena

O moleque sem Dim
Se apega com o Dom
Não é uma campainha
Mas quem sabe o novo Mc Lon

Separação de cor
É pique Apartheid
Chegar às dez da noite
Na quebrada é um massacre

Já vi vários moleques
Carregar os pentes
Outros com um livro
Fortalecendo a mente

Sample [Alguém me disse]

Que era zoado
Que os meus versos
Nunca seriam escutados
Mas tava errado
Sinto lhe informar
Minha poesia é um vício
E vai ser foda de largar

Sistema é perito
no bolo de pessoas
A massa de manobra
Sem fomento e ideia boa

A vida cobra duro
E o pagamento é parcelado
às vezes é à vista
Na vista de um enquadro


Rachel [Alguém te disse]

Minha toca te toca
Seu medo vem no olhar
A sua perna treme
Já escondeu o celular

Direita esquerda
Mas que ideia é essa?
Tem muita gente na quebrada
Indecisa e ambidestra

Orquestra
A mensagem sem massagem
Que é escondida
Pela (há) porra da mídia

Programa de Tv
A Cidade ta Alerta
O Brasil é Urgente
E o Fascismo aqui impera

Samples espalhados
Me trazem nostalgia
E os buzão lotado
Me traz mó agonia

Fatla água, educação
E moradia
E eu abraço a poesia
Nesse grito incomodado
Banho os meus versos nesse sistema falho
A escravidão no Brasil é chamada de trabalho
E o que eu faço, pra que possa me escutar?
Pois a favela é grande mais falta se organizar

Sample e Rachel [Alguém me disse]

Algumas paradas
Que polícia boa
É aquela que então mata
Com certeza... Essa noticia é falha
E foi reproduzida por alguém de fora da quebrada

Tem muitos moleques
Que vivem se achando
Tão mais do que perdidos
Até que no que tão falando ou rimando
É até foda de falar
A gente joga a ideia
Mas tem uma pá pra arrastar

Reprodução de ideia
Na quebrada é cautelosa
Na musica, poesia
Na síntese que é cabulosa

A molecada ouve e não entende nada
Di Cavalcante, Oiticica e Frida Khalo
Mas sabe que bombeta pros canela é enquadro

Nesse país falho
A minha rima eu mesmo faço
Sem descaso
Só pra que possa entender
Escrever é o grito que toma conta do meu ser

Alguém me disse
Eu sempre tento, tento
Há quanto tempo
Preciso viver

Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer

Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer

Se você não tenta
Num (a) Guenta, nem vem mexer
O fardo é a farda na qual
Cê vai sofrer

O livro é a arma
Que mata a maldade
Rouba a sua atenção
Te traz a liberdade

Na cidade dos Cep's
Dos Bumbos, dos Clap's
Dos tiros, dos tiras
Das margens, do Rap

Pois a prece
É o respeito na quebrada
Pra que possa seguir
Na sua caminhada

São Paulo é uma selva
Onde... Sigo rimando
Cercado de sirene
Rodeado de tucano

Vou vencer
O dia-a-dia
Minha luz não é vermelha
E o meu grito é poesia

Alguém me disse
Eu sempre tento, tento
Há quanto tempo
Preciso viver

Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer

Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer

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