Phelippe Duarte

Anjos

Phelippe Duarte


ANJOS
Anjos da morte, não precisam de asas.
Pôr nossas vidas, passam penas de miseráveis e abutres que carregam a nossa alma.
Nossa pele é podre, não serve para nada.
A vida é inútil sem as asas.
A morte não. Tudo é passageiro do ponto de vista de quem fica.
Tudo é de novo descoberto e não à mínima intenção de serem vistos juntos.
A morte é pequena demais para sorrir.
É tão rápida, que as dores somem antes de você ir.
A trajetória não é simples, depende do lugar em que você está.
Depende...Pôr diversas vezes, você vê pessoas passarem ao seu redor.
Talvez, elas estejam rondando por já terem partido.
Ou quem sabe, estão apenas completando o percurso que leva a trajetória.
Esta é a vida da morte. Do anjo que sobrevoa sem asas.
Com a perseverança perdida e o objetivo a ser traçado.
Muitos perdem o que realmente nunca tiveram (eles) : mendigos, abandonados, crianças sem teto, misérias de todo lugar.
Fãs que morrem , ídolos que viram mitos. É fantasia que o mundo veste , é o baile nunca ido.
Talvez, se você atravessasse o mar, saberia o que poderia ter realmente do outro lado.
Ou, se você pudesse passar por trás do Sol, querendo saber se ele ainda é quente escondido de nós.
Na verdade , é tudo mentira. Você vive apenas até certo ponto de uma linha que tem quedas e reviravoltas.
Quando pode chegar a perceber isso, você está a caminho de uma eternidade jamais vista por quem é vivo.
Quem tem vida não tem o privilégio de saber como é morrer.
Quem morre, teve o privilégio de saber como é estar vivo.
Um absurdo da eternidade. Um colapso temporal de vidas.
Anjos que travam batalhas para não levar alguém, anjos que dormem sonhando em levar mais alguém....
O espaço está tão cheio de estrelas e promessas, que não cabem mais você.
É tão intrigante e às vezes tão irritante o modo como você morre.
Pior ainda, se você descobrisse depois, o jeito como levou a sua vida.
A morte , é apenas um disfarce , ou até mesmo uma passagem, para você visitar alguém que já se foi.
Não encare esta parte da sua vida, como o fim. Encare como o começo. É bem difícil de dizer , ou de pensar.... mas até por vezes que você nunca chegue a imaginar, a vida pode ser de repente.
Saiba que a enfermidade de outrem, pode ser a sua um dia.
Não pule demais , sabendo que pode torcer o pé.
Não sacuda demais, temendo que possa desmoronar. É o medo maior de quem não tem medo:
A morte.
Porém, não detectamos o sorriso ao saber que estamos bem e saudáveis quando alguém se vai.
Pode ser, que o anjo passou por você e nem te viu. Desviou como um carro desgovernado.
Asas que não existem, sobrevoam as nossas cabeças.
E não adianta evitar viver para não desmarcar o encontro ao começo.
A morte não chama, não pede e nem mata. Apenas faz uma visita.
E a sua vida, cria asas de fogo repletas de estrelas que, fumegantes , cegam a sua visão de como foi aqui na Terra.
Não desista, por favor. É apenas uma trajetória a ser seguida. E não se esqueça : O destino é seu, mas o fim, é da vida.

projeção simbólica de uma triste realidade concreta

Phelippe Duarte

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