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Dignos mendigos

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VERBORRAGIA


Papai Noel te da caloi, te da boneca, da casinha
Papai noel daqui anda com saco de latinha
Na páscoa chocolate com surpresa pra você
Surpresa aqui é ter um desse chocolate pra comer

Aniversário é festa, bolo, bexiga, presente
Comida, bebida, vontade, uma par de gente
Aqui o desespero entrou sem ser convidado
E a solidão é o presente que não veio embrulhado


O amor pelo próximo sumiu
Ou será que ele nunca existiu
Você me viu e fingiu que não viu
Também te vi mas não consegui fingir que não tava frio

O arrepio... Só
O calafrio... Dó
A escuridão da noite deixa tudo mais sombrio

Vi tanta coisa triste acontecendo por aí
Vi no olhar de uma criança a vontade de sorrir
Mas motivo ela não tinha
Só sustento com as latinha

Sorriso só vinha
Nos dias que a grana pra janta vinha
E se não vinha
Ela dormia com a barriga vazia

Calçada da padaria com as ratazana vizinha
Sem história da carochinha contada pela mãezinha
A história dela é diferente, triste, calada e sozinha

A rua ta mostrando o descaso com a nação
O frio ta mostrando o valor de um papelão

Mendigos são dignos, mendignos verdades
E eu luto, viro vulto, viaduto ou vaidade
"Boy" de geladeira cheia reclama eu tô ligado
Enquanto eles tão cheio de dormir no chão gelado

E quando chove muitos dizem
Chuva boa pra dormir
É boa pra você que não ta dormindo aqui

Ref
Brasil, eu vejo o descaso
Ordem sem progresso e alguns anos de atraso

Difícil é encontrar a solução desse problema
Preconceito, desamor e uma mãozinha do sistema

Brasil até onde isso vai?
Que Deus abrace os filhos que não abraçaram os pais

E assim seguem a vida vivendo a luz da lua
A rua não é ninguém eles que são da rua


As pessoas são cegas, só vêem o que quer
A mulher só vê o homem, o homem só vê a mulher
Na rua é diferente, dar valor ninguém quer
Pois eles nem entram na conta do Ibge

Necessidades todos têm mesmo assim não me convém
não é uma nota de cem que me faz melhor que alguém
Alguém pra nos dar o bem
Bem maior que a gente tem

Ser amado pelo cara que é de Jerusalém
Ele é de Jerusalém mas ta debaixo da ponte
No povo mais sofrido é que ele se esconde
"Deixai vir à mim todos que são humilhados
pois é no meu reino que serão exaltados"

Minha casa é a rua, minha luz é a lua
Em qualquer lugar me abrigo
Nessa vida então eu sigoo, nessa vida então eu sigoo

Sigo em frente abrindo mentes
dessa gente que me entende
compreende, se arrepende de nascer nessa enchente

Onda bate quebra tudo e na rua é só luto
vendo isso não me iludo faço da fé meu escudo

Sei que o meu tempo é curto
então vou acelerar
pois pra quem vive na rua o lema é não parar

Ver a vida com outros olhos e não um mundo ilusório
ter amor ao invés de ódio, fazer da calçada um podium

Valoriza o nosso pão, ninguém fica reclamando
se tiver arroz e feijão eles ja tão comemorando


Brasil, eu vejo o descaso
ordem sem progresso e alguns anos de atraso

Difícil é encontrar a solução desse problema
preconceito desamor e uma mãozinha do sistema

Brasil até onde isso vai?
Que Deus abrace os filhos que não abraçaram os pais

E assim seguem a vida vivendo a luz da lua
a rua não é ninguém, eles que são da rua

Letra enviada por PGT

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