Ainda hoje ao cair da tarde sem muito alarde é favor dizer que vou pregar o meu sermãozinho pelo caminho que eu percorrer. Se alguém quiser escutar meu canto, procure um canto pra se ajeitar, que eu vou passar ao cair da tarde, sem muito alarde a cantarolar.
Favor dizer que ando muito rouco de tanto e tanto que ando a pregar, que me preparem um microfone e um violão pra me acompanhar. O meu recado será pequeno, mas bem sereno eu irei lembrar, que ainda é tempo de esperança e que tudo alcança quem sabe amar.
Vou explicar porque às vezes canto, querendo ver meu irmão feliz, porque razão acredito tanto na juventude do meu país. E vou gritar que por mais difícil ou impossível acreditar é mais difícil e impossível viver a vida sem esperar.
Eu vou brincar com meu povo jovem que se comove ao me ouvir falar e nas escadas de alguma igreja no meio deles vou me sentar. E vou falar-lhes do Nazareno que tão sereno ensinou a paz e ao escutar meus irmãos mais novos eu partirei sem olhar pra traz.
Tenho certeza de que a semente que displicente deixar cair vai encontrar solo pra morrer pra depois nascer e depois florir. E quando enfim se tornar em fruto que eu hei de dar a quem não o tem só vou pedir a semente dele para eu plantar outra vez, amém.