Pacha
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Relatos de um Navegante

Pacha


Na minha embarcação nem relógio
Levo das horas mundanas me desapeguei
Só estimo que horas seriam pelo movimento
Do nosso astro rei
As brisas que traziam as derrotas agora só levam gaivotas
A tarde anil se passa e as estrelas
Que me mantém na minha rota

Não larguei concepções e armazenei minhas canções
Em baús que guardam tesouro não ouro
Mas o que me traz reflexões
Meu vinil do chico buarque ainda toca
Mesmo com seus arranhões
Só uma prova que vão-se os homens
Peles, decisões e se perpetuam dons

Vejo pescadores de ilusão predadores do seu bem
Sombras habitam seu coração teu silêncio te fez refém
Mais ninguém navega perto
Do que agora eu chamo de abrigo
Companhia é um copo de um velho rum
Presente de um pirata antigo amigo

Que traz... lembranças da vida
Como um todo mas um todo que se desfaz
Peço à mãe dos mares luz, paz, iemanjá
Me guarde nas águas com sais
Qual a direção se o horizonte
É idêntico ao que ficou pra trás
Entenda que eu mudei meus planos
Não quer dizer que mudei meus ideias

*** refrão ***
Já não sei quanto tempo faz
Sem terra firme abaixo dos pés
Alguns anos que me distanciei
Deve ser uns nove ou dez
As rugas que se estabeleceram
Me trazem outro tipo de expressão
Um semblante amargurado de quem optou pela solidão

Como se fosse um punhado de areia
Eu vi a paz escorrendo entre meus dedos
Vejo a liberdade de um homem antes ancorado
No seu próprio medo
Eu ouvi a vida me mandando embora
Numa forma de presságio
Meu navio se mantém intacto mas meu coração
Vive um eterno naufrágio

Igual as tintas de um pintor
Que do seu belo quadro evaporaram
E as obras do escultor que voltaram à argila
E se desintegraram
Os antigos canhões do navio pelo tempo
E descuido enferrujaram
Como as palavras de amor de um grande poeta
Que a sua amada não emocionaram

Eu abri o armário pra pegar um cigarro
Dos que eu mantenho estocados
Vi uma caixa com papel empoeirado
Que despertou minha curiosidade
Os olhos chegaram a esboçar uma lágrima
Com lembranças de um feliz passado
Era uma carta que escrevi pra ela
Mas não terminei guardei pela metade

As ondas ritmando o mar finge que ele é teu
Se permita navegar a lua vai te guiar no breu
Tento reviver os sentimentos
Que farão eu me sentir um menino
Fecharei os olhos, soltarei o leme
E o oceano traçará o meu destino

Composição: Pachá

Letra enviada por Jose Luiz Vida Loka

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