Oswaldo Montenegro

Verde

Oswaldo Montenegro


Verde, verde, folha desabada
doida cor sem ter qualquer razão de ser
mágica das coisas, das verdes coisas
dos olhos verdes de quem vê.

Hortelã dos chás, dos beijos verdes
doida flor sem ter qualquer razão de ser
lógica das novas, das novas coisas
dos olhos verdes de quem vê

Verde maçã da saúde e água
doido amor sem ter qualquer razão de ser
ávida das moças, das novas moças
dos olhos verdes de quem vê

Como rã saltando é folha verde
doido acordo tem qualquer razão de ser
plástica dos olhos, dos verdes olhos
dos olhos verdes de quem vê

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