Os Monarcas
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Gineteando O Temporal

Os Monarcas

Dose Dupla: Os Monarcas


Grita o silêncio da noite
Corcoveiam os trovões
Línguas de fogo lambendo
Aramados e moirões
No céu o patrão tropeiro
Vai remechendo os tições
E o macegal se ajoelhando
Como apedir mil perdões

E o gado todo mais louco
Do que a fúria deste vento
Redemunha no relento
A procura de capões
Relâmpagos que se cruzam
Retratam por entre as plagas
Os entrechoques de adagas
Das velhas revoluções

No horizonte as labaredas
Vão guasqueando o tempo feio
Teatro de assombrações
Cenário do mundo alheio
Boi tatás e caiporas
Tropilhas do pastoreio
Meu baio pateando raio
O temporal gineteio

Nesse entreveiro matreiro
De faísca, vento e raio
Me agarro às crinas do baio
Que já nem liga pro freio
E uma faísca teimosa
Riscou-me a tala do mango
Só por ciúmes de fandango
Partiu minha gaita no meio

Os coriscos vão marcando
O lombo preto do tempo
Nuvens pançudas de chuva
Se aninham no firmamento
A mata inteira valseia
Num compasso pacholento
Com fogo se apaga fogo
Sempre a cabresto do vento

Por isso um galho extraviado
Veio tapear meu chapéu
Atiçando o fogarel
Nos bretes do pensamento
Me apeguei a Santa Bárbara
Pra domar o temporal
Que sem maneia e buçal
Ficou manso ao meu contento

Composição: João Pantaleão Gonçalves leite /Ivan Vargas/ Luiz Carlos lanfredi

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