A revista norte-americana Spin, que hoje existe apenas como um site, publicou uma lista com os 15 melhores discos lançados por artistas latinos há 50 anos e incluiu três álbuns brasileiros no ranking: "Sinal Fechado", de Chico Buarque, "Cantar", de Gal Costa e "Elis e Tom", que Elis Regina gravou ao lado de Tom Jobim.

A escolha do LP de Chico é a mais inusitada. Trata-se do álbum de regravações de músicas de outros autores (e "Acorda Amor", dele sob o pseudônimo Julinho da Adelaide) e que, aqui no Brasil, não costuma ser lembrado quando especialistas são reunidos para a criação de rankings semelhantes.

Elis Regina
O LP brasileiro de 1974 que melhor costuma se posicionar nestas listas, "Tábua de Esmeraldas", de Jorge Ben, nessa época ainda sem o "Jor", que também é muito cultuado no exterior, não foi lembrado.

O top 15 tem ainda discos de Santana ("Borboleta") e Astor Piazolla ("Libertango") e de artistas de países como Peru ("Destellantes", de Los Destellos), Venezuela ("Dimensión Latina '75" do Dimensión Latina) e Colômbia ("Caminante", de Fruko y sus Tesos).

Veja o que a Spin disse sobre os brasileiros e ouça os álbuns:

"Cantar":

Gal Costa
"Cantar" resume o espírito da música popular brasileira: uma forte base de samba generosamente decorada com pitadas de reggae, rock, folk e o que você quiser. As músicas são em sua maioria escritas por ícones brasileiros – Gilberto Gil, Caetano Veloso e o criminalmente subestimado João Donato – mas a principal atração é a voz etérea de Gal; tão delicada e requintada que lança um feitiço no ouvinte.



"Elis e Tom"

Elis Regina
"O único álbum que os dois fizeram juntos foi gravado em Los Angeles, com versões definitivas da melancólica “” e da sombria “”. O momento mais eterno do álbum é o dueto em “Águas de Março”, um catálogo de reflexões poéticas repletas de humor e sagacidade cosmopolita."



"Sinal Fechado"

Chico Buarque
Na época em que gravou "Sinal Fechado", Chico Buarque estava tão farto da censura da ditadura brasileira que optou por fazer um álbum de covers. Chico abriu uma exceção: deu crédito ao compositor imaginário Julinho Da Adelaide pela composição de “” e acabou sendo descoberto.