Diz a máxima que a música, e em particular do rock, cobra um preço alto de quem entra nesse mundo. O fato é que em 2023, é compreensível que seja difícil ver uma banda formada há 40, 50 ou 60 anos que ainda siga na estrada com sua principal formação, ou que poderia se reunir, no caso dos grupos que já acabaram, com o mesmo time.

Nesse especial lembramos de algumas delas que encaixam-se em casos diversos: as que estão em atividade com a mesma formação, as que tocam mas com substitutos e as que já acabaram e, em tese, poderiam se reunir.

Aerosmith
Aerosmith

Dado o histórico de vida desregrada que a banda levava quando estourou, ainda nos anos 70, é um pequeno milagre que o quinteto norte-americano não só ainda esteja na ativa mas com sua formação original praticamente intacta. Nesse momento, apenas o baterista Joey Kramer não está tocando com o grupo, para focar em sua saúde e vida familiar. Fundado em 1970, os integrantes do Aerosmith têm entre 71 e 75 anos.

Black Sabbath
Black Sabbath
Black Sabbath (Foto: Kevin Winter, Get)

Outra banda clássica do rock pesado, também conhecida pelos excessos cometidos na década de 70, o Sabbath se despediu dos palcos em 2017 com sua formação original quase completa depois de muitas mudanças no lineup nos anos 80 e 90.
Apenas o baterista Bill Ward (75 anos) não tomou parte no disco de reencontro ("13", de 2013) e nas duas turnês mundiais da banda, que, nessas ocasiões, voltou a contar com os vocais de Ozzy Osbourne (74) que deixou o grupo originalmente em 1978.

Ozzy no momento enfrenta uma série de problemas de saúde que o impedem de subir ao palco, mas grava discos com regularidade . O baixista Geezer Butler (74) lançou recentemente sua autobiografia e Tony Iommi (75) conseguiu se recuperar de um câncer linfático.

Osbourne já disse que toparia ressuscitar a banda mais uma vez, desde que o Bill Ward também tomasse parte. Vale torcer para que esse sonho se realize.

Blondie
Blondie

Na primeira fase da banda, encerrada em 1982, o Blondie teve no total sete integrantes. Todos entraram para o Rock and Roll Hall Of Fame em 2006. Quem for assistir a banda ao vivo em 2023 verá no palco apenas (78 anos) e o baterista Clem Burke (68) da formação clássica. O guitarrista Chris Stein (73) ainda é integrante, mas não excursiona mais com o grupo que fundou em 1974 - ele retornaram em 1999. Os fãs certamente adorariam ver Gary Valentine, Jimmy Destri, Frank Infante e Nigel Harrison de volta. Mas isso parece ser algo quase impossível, mas não custa sonhar.

Genesis
Genesis

Apesar de todos os integrantes da formação clássica ainda estarem vivos, é praticamente impossível imaginar uma nova reunião, completa ou parcial, dos reis do rock progressivo dos anos 70 e da música pop dos 80. Os sérios problemas de saúde enfrentados por Phil Collins, que foi baterista e, após a saída de Peter Gabriel em 1975, vocalista da banda, são o maior empecilho.

O Genesis fez uma turnê de despedida entre 2021 e 2022, com a formação que vendeu milhões de discos entre 1978 e 1991, com Collins, cantando sentado. o tecladista Tony Banks e o guitarrista e baixista Mike Rutherford, que, daqui pra frente, deverá focar suas atenções em sua outra banda, o ###artista##Mike and the Mechanics###.

Os outros integrantes que saíram ainda nos anos 70 seguem na ativa. Peter Gabriel está em turnê e optou por lançar seu novo disco de maneira diferente: desde janeiro em noites de lua cheia uma nova música é disponibilizada- o álbum "I/O" deverá ser lançado no final deste ano ou no começo de 2024.

O guitarrista Steve Hackett esteve recentemente no Brasil e asumiu a missão de manter viva nos palcos a música da fase progressiva do grupo (1971 - 1976). Todos eles estão com 72 ou 73 anos.

Os Paralamas do Sucesso
Os Paralamas do Sucesso
Os Paralamas do Sucesso (Foto: Mauricio Valladares)

O trio faz parte de um tipo raro de banda: a que segue junta, sem interrupções e com os mesmos integrantes, por várias décadas. Herbert, Bi, ambos com 62 anos e Barone (61, que substitui Vital ainda no começo) lançaram seu primeiro álbum há 40 anos e nunca mais parou. Os três viveram momentos de enorme sucesso, e não só no Brasil, e souberam lidar com os percalços do caminho com grande lucidez e dignidade: da queda de interesse do público brasileiro por bandas de rock nacional ao trágico acidente aéreo que quase custou a vida de Herbert Vianna.

Ainda no Brasil, e falando em grupos que chegaram ao fim, podemos citar os Secos e Molhados, que lotariam estádios com uma turnê de reencontro, caso seus integrantes assim o quisessem - infelizmente nunca quiseram e isso não deve mudar - e o Kid Abelha, que também levaria muita gente para vê-los novamente.
Secos e Molhados

No exterior, o U2 é o grande caso de banda que segue junta com os mesmos músicos desde o começo, ainda que o baterista Larry Mullen, por motivos de saúde, tenha pedido para se ausentar da temporada de shows que os irlandeses começam em breve a fazer em Las Vegas