O cenário da música eletrônica brasileira vem revelando nomes de muito talento nos últimos anos. No Lollapalooza Brasil, os fãs do estilo puderam ver de perto uma dessas revelações, o produtor e Dj Ricci.

Com apenas 21 anos, o jovem música é natural de Campo Grande (MS) e já tem em seu currículo, o sucesso "Wild Kidz (Ft. Vintage Culture)", parceria com outro nome da música eletrônica nacional, Vintage Culture.

Conversamos com ele sobre sua carreira, a cena nacional e mais. Veja abaixo:

1- Você é um dos artistas mais novos do festival, com apenas 21 anos. Conte para a gente no cenário da música eletrônica, quais foram os primeiros nomes a te inspirar e criar o desejo de se tornar um produtor e Dj.

Ricci: O artista em que mais inspiro até hoje, é o Skrillex. Acho incrível como ele consegue fazer músicas incomuns virarem mainstream. Já fez isso em diversos estilos diferentes e provou que ninguém precisa se limitar a um estilo musical. O que realmente importa é a sua visão, conseguir enxergar as coisas de um modo diferente e acreditar em si mesmo e não seguir o inconsciente coletivo e fazer o que todo mundo já está fazendo.

Eu acho muito importante que os DJs tenham essa consciência para que a cena não sature, pois se as músicas começam a ficar todas iguais, o público se cansa da mesmice e todos saem perdendo!

2- Falando do cenário da música eletrônica nacional: qual a sua visão sobre ele atualmente? O que pode melhorar?

Ricci: Acho que o Brasil está vivendo um momento muito interessante da música eletrônica. Durante muito tempo, o país importava música e artistas e as atrações internacionais sempre foram maioria nos grandes eventos e os brasileiros que se destacavam na cena, se inspiravam nos estrangeiros. De uns anos pra cá, essa mudança já vem acontecendo e cada vez mais produtores e DJs estão surgindo e o que muito se ouve nas pistas são músicas produzidas por brasileiro.

Por um outro lado, também acho que isso pode prejudicar porque eles acabam querendo fazer o mesmo tipo de som que os grandes DJs e acaba saturando a cena. De qualquer maneira, tenho visto muito trabalho de brasileiro com muita qualidade.

3- Sobre o seu primeiro sucesso, "Wild Kidz": qual foi a inspiração para a criação desta música?

Criei a letra e a melodia com um amigo, Lucas Lorenzetti, da minha cidade natal, Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele cantou e nós produzimos a track juntamente com o Vintage Culture e a música saiu muito naturalmente. Quando criamos, não tínhamos nenhuma pretensão especifica, mas acredito que acabamos nos inspirando inconscientemente em nossa juventude e em nossos sonhos e objetivos.

Apesar da letra ser breve, acredito que ela passa uma mensagem bem forte sobre liberdade e que para ser completamente livre, você precisa abdicar de muitas coisas.



4. Qual é o seu recado para quem está começando como produtor de música eletrônica e sonha em ter uma carreira?

O mais importante é ter paciência, persistência e nunca ficar em uma zona de conforto. Para evoluir como produtor, você precisa evoluir como pessoa. Por isso, é muito importante dar tempo ao tempo e tomar um passo de cada vez. E aí, você começa a entender como o mercado funciona, e que no final das contas, o seu maior inimigo é você mesmo. Existe muita negatividade na cena, muita gente que quer se aproximar das pessoas para se beneficiar, mas também tem muita gente honesta que pode te ajudar muito se você souber se aproximar.

Acho que no final das contas, o que mais importa é o quanto você quer crescer e quando se quer muito mesmo, se dispõe a dar o seu máximo e ninguém pode te segurar.

5- Deixe uma mensagem para os seus fãs no Vagalume!

Muito obrigado a todo mundo que acompanha o meu trabalho! O que move a minha carreira são os fãs. Se não fossem eles, eu ainda estaria no meu estúdio, trancado e fazendo músicas apenas para mim mesmo. Música é sobre comunhão, sons e sequências melódicas são como sinais que o cérebro humano capta e traduz em sentimentos, sensações, etc... Acho incrível como a música pode mexer com o humor e até os hormônios das pessoas, e sou acima de tudo, um viciado em ouvir som.

E o mais legal de tudo, é que quando você cria baseado em algo que realmente sente no seu interior, o poder da música é muito maior. Quando a mensagem é verdadeira, as pessoas sentem de uma forma diferente e acredito que pode até ser usada como uma forma de cura para problemas emocionais. Isso é o que mais me toca e é exatamente por isso que eu escolhi trabalhar nesse meio.



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