David Bowie, morto no último domingo (10) aos 69 anos, não causou uma revolução apenas com seus discos. Sua imagem, e o modo como ele se mostrou ao mundo, foram igualmente importantes. Nesse especial mostramos cinco vídeos dele que causaram pequenas (ou grandes) revoluções no mundo da música.

"Starman" no Top Of The Pops em 1972
Exibido em 6 de julho de 1972 pela BBC - exatamente um mês depois do lançamento do álbum "Ziggy Stardust", pode-se dizer que foi nesse momento que David Bowie foi apresentado ao público britânico - incluindo todo um contignete de crianças e adolescentes que muito em breve estariam não só seguindo o cantor como também montando suas bandas ou iniciando carreiras musicais.

Vendo o vídeo é fácil entender os motivos para isso. O cantor soava, e especialmente se parecia, como alguém que de fato tinha vindo de outro mundo. Depois dessa aparição, a "Bowiemania" tomou conta do Reino Unido e, deu início a um período dourado em que o sucesso e a criatividade andaram juntos.





"Boys Keep Swinging" (1979)
Em um mundo pré MTV, poucos eram os artisats que realmente davam atenção aos chamados promos (como os clipes eram chamados na época). Bowie era uma exceção, já que sempre produzia vídeos no mínimo interessantes, mesmo que muitos deles se resumissem a ele cantando a música na frente da câmera.

Mas em 1979 ele já sentia que essa mídia seria fundamental em um futuro muito breve. Para o álbum "Lodger" ele produziu três vídeos bem interessantes. O melhor deles provavelmente é o de "Boys Keep Swinging", que causou polêmica ao mostrá-lo vestido de mulher interpretando três cantoras de apoio.

O clipe mostra também como ele era um excelente ator. Notem que cada uma das "cantoras" tem uma personalidade forte e bem definida: a jovem que parece saída de algum programa musical britânico dos anos 60, a adulta decadente - com um quê de vampiresco - e a senhora de idade claramente inspirada em Marlene Dietrich, com quem ele havia acabado de contracenar em "Apenas Um Gigolô".






"Ashes To Ashes" - (1980)


Bowie adentrou os anos 80 com aquela que, por anos, foi considerada sua última grande obra-prima, o álbum "Scary Monsters (and Super Creeps)", que alguns críticos hoje chamam de "o disco que inventou o som da década".

O disco também rendeu um clipe antológico - na época o mais caro de todos os tempos - e mostrou que na nova década não bastaria apenas gravar um disco e, se muito, gravar um vídeo qualquer.

Duas curiosidades: notem que um ainda desconhecido Boy George aparece ao lado do cantor em algumas cenas e como a tela que ele segura aos 29 segundos parece incrivelmente com a de um iPad. A cena fez muita gente brincar com o fato de que Bowie, realmente tinha o poder de prever o futuro.





"Let's Dance" (1983)

O hit que o transformou definitivamente em uma superestrela, também rendeu um clipe antológico e de grande importância. Filmado em Carinda, um remoto vilarejo na Austrália, ele mostra um pouco do enorme preconceito sofrido pelos aborígenes naquele continente.





"Lazarus" (2016)

Nossa lista termina com o (literalmente) último vídeo feito pelo cantor. Se na quinta passada (8) ele se mostrava apenas um clipe muito bem feito e dirigido, trazendo o personagem vivido pelo cantor em uma cama de hospital, tudo mudou depois que a sua morte foi divulgada.

"Lazarus" se torna então uma verdadeira, e assustadora, obra de arte especialmente quando nos damos conta de que quem está ali não é exatamente um personagem, e sim o próprio Bowie, nos dando um último adeus. Não é exagero dizer que desde "Hurt" com Johnny Cash (2002) um vídeo clipe não mostrava tanta capacidade de emocionar e nos deixar sem palavras.