Michael Jackson

A morte de alguém querido sempre nos choca, ainda mais quando essa morte chega fora de hora. Por mais que tenhamos nos afastado de Michael Jackson há muitos anos era impossível não ter ainda certo carinho pelo artista que desde a infância fez a vida de algumas gerações mais felizes.

Quem está na faixa dos 40 anos deve se lembrar de vê-lo ainda criança dançando como um James Brown mirim ou dele já "mocinho" cantando funk estiloso e perfeito como Rock With You.

Os trintões com certeza dançaram muito o moonwalk e mesmo quem era "roqueiro na época" não escondia a admiração nem que fosse por Beat It ou pelo visual dos clipes.

Os um pouco mais novos talvez se lembrem da estreia do vídeo de Black Or White com Macaulay Culkin e Bart Simpson e dos shows do cantor no Brasil em 1993.

E existem aqueles que sequer viram Michael no auge mas sabem que muito mais do que aquele cara estranho que sempre aparecia na tv com máscara entrando em tribunais ou fugindo de repórteres estava um dos maiores artistas que o mundo já viu surgir.

Talvez Michael nunca mais fizesse nada de importante e a se julgar pela sua condição física, o melhor talvez tenha sido a partida antes do início dos shows prometidos para o mês que vem. Afinal seria doloroso demais se a última imagem que ele nos deixasse fosse a de um artista que não conseguia mais brilhar naquela que sempre foi a sua maior casa: o palco.

Prestamos uma homenagem relembrando alguns dos grandes momentos da carreira dele.

Jackson Five

Michael Jackson
Michael Jackson No início de carreira com o Jackson 5 (Foto: Divulgação)
Para entender o Jackson 5 é preciso entender a história da Motown, a gravadora do grupo. Fundada há 50 anos por Berry Gordy, o selo lançou um número impressionante de artistas que em conjunto foram dos poucos a fazer frente aos Beatles nos anos 60. Stevie Wonder, Marvin Gaye, Diana Ross and the Supremes e os Temptations criaram um novo padrão para o pop negro. Ao criar uma soul music com traços de pop, do clássico cancioneiro americano e rock, a Motown ajudou a quebrar boa parte das barreiras que separavam a música negra da branca, barreiras essas que seriam escancaradas de vez por Michael Jackson anos depois.

A Motown tinha sua sede em Detroit, o berço da indústria automotiva americana e Berry Gordy usava o princípio da linha de montagem de veículos em sua gravadora. Assim, todos tinham funções específicas na engrenagem, fossem músicos, intérpretes, produtores ou divulgadores. Na década de 60 tudo funcionava bem, mas com a chegada dos anos 70 vários de seus artistas começaram a brigar por mais autonomia e liberdade de criação? Marvin Gaye e Stevie Wonder a frente.

O Jackson 5 assim representa o último suspiro da "velha Motown".

Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Michael eram os cinco irmãos pobres de Indiana, filhos de Joseph Jackson, um pai obstinado e um tanto cruel. Foi ele quem colocou os filhos em uma rotina violenta de ensaios e apresentações que aconteciam tanto em ginásios escolares quanto em bordéis. (isso quando Jackie, o mais velho deles tinha de 15 para 16 anos e Michael ainda estava com 7) .

O grupo chegou a Motown em 1968, após gravar algumas músicas para um selo menor. Gordy achou por bem "diminuir" a idade de todos os membros do grupo para parecerem ainda mais jovens (Michael assim "teria" 7 anos ao invés dos 11 reais). Ele também plantou a história de que Diana Ross é quem tinha descoberto o grupo.

O primeiro single I Want You Back saiu em 1969 e no começo do ano seguinte chegou ao primeiro lugar dando início à Jacksonmania. As canções eram compostas por quatro produtores da Motown (Berry Gordy incluso) que se auto-denominava "The Corporation". A parceria Jackson 5/Motown rendeu não só álbuns e compactos de sucesso, mas também um sem número de produtos com o logotipo da banda, um coração com J5 inscrito. No auge do sucesso até um desenho animado do grupo foi produzido (nos anos 80 ainda era possível vê-lo nas tvs brasileiras).

Em 1971 paralelamente ao grupo, a Motown resolveu lançar a carreira solo de Michael. Tudo seguiu relativamente bem, ainda que a partir de 1972 o sucesso tenha declinado razoavelmente. Em 1974 o grupo se apresentou no Brasil e no ano seguinte deixou a Motown e foi para a CBS (atual Sony/BMG). O motivo alegado pela banda, foi a famosa teimosia de Gordy, que não permitia ao grupo tocar em seus próprios discos e que também se recusava a atualizar a imagem dos, já nem tanto, garotos. Como a Motown já não era mais a mesma dos anos 60 Joseph Jackson achou que o grupo poderia se dar melhor em outra gravadora.

O melhor jeito de se ter contato com os Jackson 5 é através de alguma das várias coletâneas do grupo disponíveis. Existem desde discos simples, até caixas com vários cds, Uma recomendada, e lançada no Brasil, é The Motown Years lançada para comemorar os 50 anos de Michael que em 3 cds junta faixas da banda aos primeiros hits de Michael Jackson solo.

Confira as letras de Jackson Five:

· Abc

· Dancing Machine

· I Want You Back

· I'll Be There

· Never Can Say Goodbye

Era Solo - Motown

Michael Jackson
Michael Jackson O jovem Michael em sua carreira solo na Motown (Foto: Divulgação)
O Jackson 5 podia fazer sucesso, mas a Motown (assim como a CBS posteriormente) já tinha se ligado que a estrela ali era o caçula da turma. Para capitalizar em cima do momento em alta, a sua gravadora resolveu lançar Michael Jackson em carreira solo. Até 1975, além d os álbuns e singles com os seus irmãos, Michael lançou outros quatro álbuns, foram eles:Got To Be There, Ben, Music And Me e . Nenhum deles é considerado uma obra-prima, até porque boa parte deles era composto por covers e os chamados "fillers", canções gravadas às pressas para completar um disco.
Ainda assim a fase Motown do cantor também tem grandes músicas e sucessos. Basta lembrar de Got To Be There, I Wanna Be Where You Are, Music And Me e principalmente Ben, sua primeira canção solo a atingir o topo das paradas. Para quem quiser ter algo dessa fase a pedida é novamente o cd triplo The Motown Years. Outra opção é o cd duplo Anthology lançado nos anos 80 e reeditado na década seguinte. Esse conta com gravações até então inéditas e também alguns hits dele com o Jackson 5.

Confira as letras de Era Solo - Motown:

· Ben

· Got To Be There

· Music And Me

· One Day In Your Life

· With A Child's Heart

The Jacksons

Michael Jackson
Michael Jackson Michael na época dos The Jacksons (Foto: Divulgação)
Cansados de viver sob as rígidas regras da Motown, em 1975 a família Jackson se mandou para a CBS que prometeu dar maior liberdade aos rapazes. O contrato também garantia uma porcentagem bem maior sobre as vendas do que a antiga gravadora além de permitir que o grupo compusesse e tocasse em seus álbuns se assim o desejassem.

Óbvio que a Motown não ia deixar barato e como a marca Jackson 5 era dela, os irmãos agora passaram a ser conhecidos como The Jacksons. Outra mudança foi a saída de Jermaine (que preferiu ficar na antiga gravadora) substituído por Randy, na época com 14 anos.

Entre 1976 e 1978, o grupo lançou três álbuns. O primeiro deles quase todo formado por canções da dupla de compositores mais quentes do momento: Gamble and Huff, que faziam sucesso em todo mundo com o chamado "Som da Filadélfia", um soul por vezes sensual e sofisticado mas que também sabia suingar (alguns hits da dupla incluem For The Love Of Money com os O'Jays e If You Don't Know Me By Now de Harold Melvin and the Blue Notes).
Apesar disso a parceria não chegou a ser o que os fãs esperavam e o disco foi recebido de forma morna chegando apenas ao 36° lugar das paradas.
Goin' Places, gravado novamente com a dupla, foi ainda pior batendo em 63° (ainda que tenha sido top 10 na parada de r'n'b).

Curiosamente o melhor disco dessa fase foi justamente o primeiro quase totalmente composto e produzido pelo grupo. No auge da febre disco, Destiny se mostrou o disco perfeito, graças especialmente aos singles Shake Your Body e Blame It On The Boogie, Destiny mostrava que os Jacksons não podiam ser descartados.

Em 1979 tudo mudaria com o lançamento de Off the Wall, a estreia solo de Michael (mais sobre ele a seguir). A partir dali a situação se inverteu os Jacksons passaram a ser vistos como o o "trabalho paralelo" de Michael.Ainda assim ninguém tinha do que reclamar. Triumph de 1980 chegou ao primeiro lugar nas paradas de r'n'b e contabiliza vendas de mais de 3 milhões de cópias.

Após um disco ao vivo, e com o sucesso de Thriller, a banda só voltaria a lançar outro disco em 1984: Victory.
Agora tudo tinha mudado. Michael não era só famoso, como um dos artistas mais populares da história. Jermaine estava de volta e o clima entre os irmãos não estava lá muito bom (apenas dois clipes foram feitos e Michael não está em nenhum deles). Na verdade mais que um disco de banda, Victory é um apanhado de várias faixas solo gravadas no decorrer dos últimos anos individualmente. Mas como a Michaelmania estava no auge e tudo com o nome dele fazia sucesso (a participação dele no refrão de Somebody's Watching Me do Rockwell ajudou a levá-la ao top 10) o disco vendeu muito bem gerando hits como State Of Shock (feat. Mick Jagger) que traz Michael cantando com Mick Jagger dos Rolling Stones (existe uma outra versão não lançada com os vocais de Freddie Mercury do Queen que talvez um dia seja lançada) e Torture.
O disco também gerou uma turnê, a última feita pela banda.

Em 1989 eles lançariam mais um disco, 2300 Jackson Street, dessa vez sem Michael, que apenas participou de uma faixa, Art Of Madness. Apesar de pouco conhecida, essa é uma canção que deverá se tornar emblemática, já que é a única gravação a contar com a participação de 10 dos 11 irmãos em uma mesma faixa. La Toya Jackson, então brigada com a família foi a única a ficar de fora.

Confira as letras de The Jacksons:

· Art Of Madness

· Blame It On The Boogie

· Can You Feel It?

· State Of Shock (feat. Mick Jagger)

· Torture

Off The Wall (1979)

Michael Jackson
Michael Jackson Jackson quando lançou Off The Wall (Foto: Divulgação)
Não é exagero dizer que os anos 80, ou mesmo todo o pop não roqueiro feito desde então, começaram aqui. Para seu primeiro disco solo ?adulto?, Michael então com 21 anos cercou-se do melhor talento que podia encontrar. O maior deles era o produtor, músico e arranjador Quincy Jones, que conheceu Michael nas filmagens de The Wiz, uma versão do Mágico de Oz com artistas negros. Quincy sabia que Michael tinha potencial pra se tornar a primeira mega-estrela negra do pop e trabalhou a fundo para cumprir a missão. Off the Wall também contava com a participação decisiva do compositor Rod Temperton e de alguns dos melhores músicos que se podia ter e querer.

Além de composições próprias e de Temperton, Jackson ainda ganhou de presente canções de Paul McCartney e Stevie Wonder. Realmente não tinha como dar errado, e não deu mesmo. Nesses 30 anos, Off the Wall só cresceu em estatura e importância contabilizando 20 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Em resumo é um disco tão perfeito tanto em suas faixas mais dançantes como Rock With You e Don't Stop 'Til You Get Enough, quanto nas baladas (em She's out of my life, os sentimentos expressos são reais e Michael realmente chorou durante a gravação) e só mesmo algo sobrehumano, como o disco mais vendido da história, poderia ofuscá-lo.

Confira as letras de Off The Wall (1979):

· Don't Stop 'Til You Get Enough

· Girlfriend

· Off The Wall

· Rock With You

· She's Out Of My Life

Thriller (1982)

Michael Jackson
Michael Jackson Jackson na época de Thriller (Foto: Divulgação)
Thriller foi mais do que simplesmente um disco. Michael Jackson lançou com ele novas tendências, nas áreas da música, moda e dança. Foi assim que ele foi coroado como o Rei do Pop.

E isso não foi à toa. Na "era Thriller" tantos fatos são marcantes, que já poderiam justificar a carreira inteira de qualquer artista. Pois, não se tratou apenas de um recorde de vendas e conquista de sucessos. Foi mais do que isso. Foi como Jackson imortalizou seu nome e sua figura até na vida de pessoas que nunca ligaram muito para música.

O álbum mais vendido da história (estima-se, que tenham sido 109 milhões de cópias), Thriller coleciona grandes hits como Beat It, Billie Jean e Wanna Be Startin' Somethin'.

Nesse período, a produção de video clipe ultrapassou fronteiras com a inovação imposta pelo mini documentário da música Thriller. Ali, Michael Jackson voltava a conquistar a atenção de todo o mundo, com um vídeo de orçamento astronômico, mas que despertava as mais diferentes emoções em seus espectadores, do medo à admiração.

Outros fatos merecem nota: Foi durante uma apresentação da música Billie Jean, em uma festa da Motown, que Jackson lançou o famoso passo "moonwalk", no qual desliza para trás. No dia seguinte à apresentação, jornais comentavam o ato do cantor como um dos momentos mais marcantes da música. Seria questão de tempo para que crianças, dançarinos e fãs do cantor começassem a imitar o novo passo do ídolo.

Em 1984, um fato negativo para o cantor: Michael Jackson sofrera um acidente durante a gravação de um comercial para o refrigerante Pepsi. Seu couro cabeludo foi queimado por fogos de artifício, mas o artista ficou apenas um dia hospitalizado.

Nessa época, o cantor também teve suas relações com o ex-beatle Paul McCartney enfraquecidas, devido ao episódio da compra do catálogo de músicas, que continha todo o repertório dos Beatles. McCartney ficou chateado com a atitude de Jackson, justamente, pelo fato de os dois terem uma amizade.

Antes de lançar um novo álbum, Jackson arrebatou o planeta mais uma vez com a música, porém agora com um conceito humanitário. Ao lado de Lionel Richie e Quincy Jones, o cantor compôs a música We Are The World, com o intuito de arrecadar fundos para a campanha USA For Africa. A canção teve 44 celebridades reunidas, todas cantando ao lado de Michael a canção que viria não apenas ajudar a população africana, mas que também seria reverenciada, quando premiada com o Grammy de "Gravação do Ano". Participaram da música grandes nomes como Diana Ross, Cyndi Lauper, Stevie Wonder, entre outros.

Confira as letras de Thriller (1982):

· Beat It

· Billie Jean

· Human Nature

· The Girl Is Mine (feat. Paul Mccartney)

· Thriller

· Wanna Be Startin' Somethin'

Bad (1987)

Michael Jackson
Michael Jackson Jackson no período em que lançou Bad (Foto: Divulgação)
O mundo esperava ansiosamente pelo próximo ato da carreira de Michael Jackson. Depois de todas as marcas atingidas e ultrapassadas pela "era Thriller", público e crítica tinham grandes expectativas do novo álbum, chamado Bad. Lançado em 1987, o disco não fez tanto sucesso entre os críticos, uma vez que Jackson não inovou tanto quanto se esperava.

Isso não pareceu incomodar os fãs. Bad não chegou aos fantásticos números de Thriller, mas também foi bastante vendido, obtendo um recorde: teve cinco músicas do mesmo álbum em primeiro lugar na parada de singles da Billboard. Os sucessos foram: I Just Can't Stop Loving You (feat. Siedah Garrett), Bad, The Way You Make Me Feel, Man In The Mirror e Dirty Diana.

Foi nessa época que Michael Jackson começou a enfrentar uma série de boatos com a imprensa sensacionalista. Foram publicadas notícias que o cantor dormiria em uma cama hiperbárica para retardar seu envelhecimento.

Porém, esse episódio ficou pequeno perto da chuva de especulações sobre a mudança de aparência do cantor. Alguns jornalistas defendiam que Jackson teria feito dezenas de cirurgias. O clareamento de sua pele também começou a ser questionado, já que ele estava branco. O cantor explicou, então, que sofria de vitiligo, uma doença caracterizada pela despigmentação da pele.

Michael Jackson continuou em evidência graças a mais dois lançamentos: a autobiografia "Moon Walk" e o filme "Moonwalker", que ainda desdobrou seu sucesso para o mundo dos games, com o lançamento de um jogo.

Em "Moon Walk", Jackson fala sobre sua infância, a carreira com o Jackson 5 e, inclusive, suas cirurgias plásticas, citando apenas três intervenções: duas no nariz e uma no queixo.

Já o filme "Moonwalker", que tinha o ator Joe Pesci no elenco, teve ótima vendagem no formato VHS. O título ainda foi lançado em videogame, conferindo sucesso a Michael Jackson em um mercado desconhecido para ele, mas que estava em pleno crescimento.

Confira as letras de Bad (1987):

· Bad

· Dirty Diana

· I Just Can't Stop Loving You (feat. Siedah Garrett)

· Man In The Mirror

· The Way You Make Me Feel

Dangerous (1991)

Michael Jackson
Michael Jackson Michael Jackson na "era Dangerous" (Foto: Divulgação)
O álbum Dangerous teve como destaque o grande hit Black Or White, que liderou por semanas a parada da Billboard, além de ter mais um videoclipe que atraiu a atenção de todo planeta.

Este novo ato garantiu mais um recorde na carreira do cantor: o video clipe de Black Or White foi transmitido simultaneamente em 27 países, para 500 milhões de pessoas.

Mesmo com os outros singles, Remember The Time e In The Closet, não repetindo o sucesso do carro chefe, Dangerous mostrou que Jackson ainda estava em alta, superando Bad em vendagens. Vale lembrar, que este disco é o primeiro dele após o fim da parceria de sucesso com Quincy Jones, responsável pela produção dos três álbuns anteriores.

Durante a turnê de shows de Dangerous, Michael Jackson teve seu primeiro problema nos tribunais, com uma acusação por ter molestado sexualmente um menor idade. Mas para aqueles que pensavam que Jackson se deixaria abalar pelo caso, o Rei do Pop deu a volta por cima com a sua música e o retorno aos palcos.

Uma apresentação durante o intervalo do Superbowl (grande final do torneio de futebol americano), em 1993, fez novamente a popularidade de Michael Jackson ir às alturas. Resultado: depois de um ano de seu lançamento oficial, o álbum Dangerous retornava ao top 10 de álbuns da Billboard.

Confira as letras de Dangerous (1991):

· Black Or White

· Heal The World

· In The Closet

· Remember The Time

· Will You Be There

History - Past, Present And Future - Book 1 (1995)

Michael Jackson
Michael Jackson Jackson na época do disco "HIStory..." (Foto: Divulgação)
Jackson na época do disco "HIStory..." Michael Jackson volta às paradas em 1995, com o lançamento do disco HIStory: Past, Present and Future - Book I. Mas também essa é uma nova fase na vida do cantor, que estava vivendo seu primeiro casamento, com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie Presley.

O álbum duplo era dividido entre um disco com os maiores sucessos do cantor e outro apenas com faixas inéditas. Mesmo com vendagens mais baixas que seus antecessores, "HIStory..." teve boa recepção e chegou a ser indicado ao Grammy, como Melhor Álbum do Ano.

O primeiro single foi a parceria com sua irmã mais nova, Janet Jackson, na canção Scream (feat. Janet Jackson). Mais uma vez, o clipe da música foi uma mega produção que teve um dos orçamentos mais altos da história.

O segundo single, You Are Not Alone, fez mais sucesso que seu antecessor e o seu video clipe mostrava imagens de Jackson com Lisa Marie. Com You Are Not Alone, o cantor também foi indicado para o Grammy, dessa vez na categoria de Melhor Performance Masculina.

O maior sucesso do Rei do Pop na Europa também é do disco "HIStory...". Trata-se da canção Earth Song, que liderou as paradas do Reino Unido, Alemanha, entre outros países.

A visita mais marcante de Michael Jackson ao Brasil foi justamente para a gravação de um clipe para uma das músicas de "HIStory...": They Don't Care About Us. O video mostra imagens de Jackson no morro de Santa Marta, no Rio de Janeiro, e no Pelourinho, em Salvador, cantando ao lado do grupo Olodum.

Depois de realizar a série de shows da HIStory World Tour, em novembro de 1996, Michael Jackson se casava pela segunda vez, agora com a enfermeira dermatologista Deborah Rowe. Os dois se conheceram nos anos 80, quando Jackson foi diagnosticado com vitiligo. O casal teve dois filhos: Michael Joseph Jackson Jr. e Paris Michael Katherine Jackson. Depois da separação, Rowe abriu mão da guarda das crianças, que ficaram com o pai.

Confira as letras de History - Past, Present And Future - Book 1 (1995):

· Childhood

· Earth Song

· Scream (feat. Janet Jackson)

· They Don't Care About Us

· You Are Not Alone

Invincible (2001)

Michael Jackson
Michael Jackson Jackson após o lançamento de seu álbum Invincible (Foto: Divulgação)
Seis anos sem material inédito e apenas o lançamento de um álbum com remixes e sobras de estúdio para diminuir a ansiedade dos fãs. Foi esse o tempo que levou para Invincible, último disco de estúdio de Michael Jackson, ser lançado.

Problemas referentes à licença do catálogo de músicas gravadas por Jackson com o presidente da Sony, Tommy Motolla, desencadearam uma série de empecilhos para a divulgação de Invincible. Michael Jackson anunciava seu desligamento da Sony, que por sua vez, boicotou o álbum, retirado das lojas três meses após seu lançamento.

O primeiro single, You Rock My World, chegou a ser lançado com video clipe e fez sucesso nas paradas dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Porém, o Rei do Pop se negou a fazer outros clipes para promover os singles seguintes, Butterflies e Cry. Ainda assim, com um quadro totalmente desfavorável, Invincible surpreendeu ao ultrapassar a marca de dez milhões de cópias vendidas, em uma época em que o donwload ilegal de músicas também se expandia cada vez mais pela internet.

Foi na "era Invincible" que Michael Jackson fez suas últimas performances ao vivo. Ele realizou dois concertos no Madison Square Garden, em Nova Iorque, para celebrar os 30 anos de sua carreira. Além de contar com uma série de convidados especiais, o evento teve como momento alto a reunião dos irmãos Jackson ao vivo, cantando alguns de seus maiores sucessos, como I'll Be There e I Want You Back/ The Love You Save.

Porém, depois disso veio o silêncio. Em vez de aparecer nas manchetes de jornais devido aos seus êxitos musicais, Michael Jackson reapareceu devido a um "novo velho" problema nos tribunais, em 2005: outra acusação de pedofilia. Jackson foi absolvido e deixou seu rancho Neverland para sempre, mudando-se para o Bahrain.

As aparições públicas do Rei do Pop eram cada vez mais raras: em 2006, ele recebe uma homenagem durante o Video Music Awards da MTV Japão, como artista internacional com maior vendagem no país. Outra aparição do cantor, no mesmo ano, aconteceu no World Music Awars, quando também foi premiado.

O ano de 2009 parecia ser o ano da volta do grande ídolo aos palcos. Os fãs aguardavam ansiosamente por esta nova chance de ver Michael Jackson, que tinha uma série de 50 shows marcados, em Londres, na Inglaterra. Os ingressos já estavam esgotados. Parecia que o retorno do Rei seria triunfal.

Porém, na tarde do dia 25 de junho, o mundo foi pego de surpresa com a morte de Michael Jackson. Na memória de fãs do cantor e amantes da música, ficam uma série de grandes clássicos que mudaram a cara da música pop. Um nome que influenciou e, certamente, influenciará esta e outras gerações de músicos, nos quatro cantos do planeta.

Confira as letras de Invincible (2001):

· Butterflies

· Cry

· Speechless

· You Rock My World