por Leandro Saueia
Nesse sábado o Brasil também fará parte do Live Earth. Na praia de Copacabana cerca de 700 mil pessoas são esperadas para a série de shows (o único com entrada gratuita) que também vão rolar na Inglaterra, China, Japão, EUA, Austrália, Àfrica do Sul e Alemanha com o objetivo de chamar a atenção do mundo para a crise do aquecimento global. Após muita especulação e alguns cancelamentos (Good Charlotte, Alanis Morissette e até a nossa Ivete Sangalo pularam fora) a programação foi fechada com forte acento black. Assim o Rio verá as performances de Lenny Kravitz, Macy Gray e do rapper Pharrell Williams. Além dos brasileiros O Rappa, Jota Quest, MV Bill, Vanessa da Matta, Marcelo D2, Jorge Ben Jor e até Xuxa.
Xuxa
Escalada para abrir o festival, fez muita gente se perguntar se ela não estaria um tanto quanto deslocada dentro do evento. De qualquer forma o Live Earth é um evento família e as crianças precisam ter vez. O mais provável é que ela jogue com a nostalgia da platéia e a onda de revival dos anos 80. Se abrir o show cantando "bom dia amiguinho, já estou aqui" (Amiguinha Xuxa) e emendar com Ilariê, sai do palco consagrada.
Jota Quest
A outra banda "família" do evento. O Jota Quest pode desagradar os roqueiros mais radicais, mas num evento gratuito e de grande porte como esse acaba sendo uma escolha lógica. Devem colocar o povo pra pular graças a hits como Do Seu Lado e com Fácil fazer todo mundo cantar junto.
Alcione
Alcione faz parte de um tempo onde as cantoras de samba eram responsáveis por grande parte do faturamento das gravadoras. Ao lado de Beth Carvalho e Clara Nunes foi nossa maior intérprete do gênero na década de 70. Com o renovado interesse dos mais jovens no samba dito de raiz agora é torcer para que a Marrom consiga renovar seu público e música.
Mv Bill
Responsável pelo documentário "Falcão os meninos do Tráfico" e por se envolver em polêmicas (entre outras exibiu uma arma em seu show no antigo "Free Jazz Festival" e reclamou que o filme "Cidade de Deus" serviu só para estigmatizar os moradores de lá), MV Bill faz parte da linha de frente do hip-hop carioca. Com o papel de conscientizar o povo dos morros, enquanto o povo do pancadão se responsabiliza pelos temas mais amenos, o MC deve aproveitar a oportunidade para meter a boca no trombone.
Marcelo D2
D2 foi do inferno ao céu (ou melhor dizendo da cadeia para a Daslu) sempre na dele. Com o Planet Hemp criou uma das três ou quatro bandas mais importantes a surgir no país desde os anos 90 e depois em carreira solo embarcou em sua missão de fundir o rap com o samba. Hoje tem prestígio, vende bem e tem moral tanto entre o público classe média quanto nas periferias. D2 vai dividir o palco com MV Bill e Alcione.
Pharrell Williams
O rapper é um dos nomes mais importantes do pop desta década, especialmente como parte da dupla de produtores Neptunes. Até a ascensão de Timbaland, Pharrell Williams era o nome mais quente no mercado de rap e pop americano. De Britney Spears e Justin Timberlake, até Snoop Dogg e Jay Z foram muitos artistas nos últimos anos que fizeram sucesso com uma ajudinha dos Neptunes. Bastante prolífico, Pharrel montou o N.E.R.D.(na verdade apenas um novo nome para os Neptunes) ótimo projeto que misturou funk, rock, soul e pop e surpreendeu até quem não gosta de rap ou pop radiofônico.A estréia solo propriamente dita aconteceu no ano passado com o álbum In my Mind. Dividido entre raps e baladas o álbum conta com participações de vários artistas que fizeram sucesso graças ao seu lado produtor (Kanye West, Gwen Stefani, Nelly e muitos outros).
Vanessa da Matta
Com "ai ai ai" da música Não Me Deixe Só Vanessa da Matta estourou e teve uma das músicas mais executadas no país no ano passado. Agora ela está lançando um novo e elogiado álbum que conta com as presenças de Ben Harper e de Sly & Robbie, também conhecidos como a melhor cozinha (baixo e bateria) da Jamaica.
Falcão - O Rappa
Com sua mistura de reggae, mpb, funk, pop e rock são uma das maiores bandas do Brasil. Apesar do lado politizado ter dado uma amaciada depois da saída de Marcelo Yuka (F.U.R.T.O o Rappa ainda carrega bastante nos discursos e deve fazer a festa do pessoal que está lá não só pela música.
Macy Gray
Prestes a completar 40 anos, Macy Gray é bastante querida pelo público saudoso do soul dos anos 60 e 70 que sentiam falta de uma artista com uma pegada mais "clássica". Seu disco de maior vendagem "On how life is" foi lançado em 1999 e demorou um pouco para deslanchar mas, após duas indicações ao Grammy, o sucesso de I Try nas rádios e críticas elogiosas que faziam comparações com Nina Simone e Billie Hollyday, Macy subiu ao primeiro escalão com seu cd atingindo a marca de platina tripla. Macy Gray já se apresentou no Brasil em 2001. Agora ela chega para apresentar seus hits e músicas de seu mais novo disco, "Big", que foi produzido por Will I am dos Black Eyed Peas.
Jorge Ben Jor
Não tem muito mais o que falar de Jorge Ben Jor. São 44 anos de carreira, hits em quantidade para preencher 3 horas de apresentação e aquele que continua sendo um dos melhores shows (pra não dizer o melhor) do país. Tem grandes chances de roubar o dia e não a toa está escalado para ser a penúltima atração da noite.
Lenny Kravitz
O nome mais famoso do Live Earth Rio já se apresentou na mesma praia de Copacabana em 2005 para uma platéia estimada em 500 mil pessoas. Lenny Kravitz apareceu no fim dos anos 80 e sempre causou polêmica. Enquanto muitos saudaram o surgimento de um artista negro que fundia rock, funk e soul como nos velhos tempos, para ourtros ele nunca conseguiu ser nada além de uma cópia não muito bem feita de seus ídolos. Já com o público ele sempre se deu bem, desde seu primeiro disco, o cult "Let Love Rule". O sucesso de massa se consolidaria em 91 com "" (com vários hits como a faixa título e It Ain't Over 'til It's Over). Seguiram-se então mais 5 álbuns, e uma grande lista de sucessos (Fly Away, Mr. Cab Driver, a regravação de American Woman...). Sem disco novo para divulgar, Kravitz deverá fazer um show calcado em seus maiores hits e tem tudo para agradar mais uma vez a enorme multidão esperada durante sua apresentação.