Confira aqui a segunda parte do especial Virada Cultural 2012

White Denim
White Denim O White Denim fez um dos melhores shows de todo o evento (Foto: Divulgação)
Após algumas poucas horas de sono o jeito foi acordar bem cedo, afinal o White Denim tinha show marcado para as 7 da manhã. Pouco conhecido por aqui - e por lá também - o quarteto americano é um dos queridinhos da crítica inglesa com seu som de difícil classificação (a página do grupo na wiki fala em psicodelia, blues, punk, soul, jazz, rock progressivo e a lista segue...). O fato é que é chega a impressioanar ver aqueles quatro caras com pinta de nerd fazendo uma música tão poderosa e diferente. Se em disco as composições do grupo são mais ou menos contidas, ao vivo eles simplesmente se liberam de qualquer amarra e vão tocando sem se preocupar com nada. Tanto que a primeira pausa só veio após uns bons 20 minutos de apresentação. Resultado? Um dos shows do ano que compensaram os que não dormiram ou acordaram cedo.

Da janela do hotel foi possível ver a bagunça armada pelo Suicidal Tendences com direito a tumulto, muita invasão de palco e até uma cadeira de rodas sendo carregada de lá pra cá. Já de volta à rua conferimos parte do show dos gaúchos do De Falla que está de volta com sua formação original e tocando basicamente o repertório de seus dois primeiros discos. Edu K segue como um dos mais divertidos, e malacos, performers de nosso rock usando e abusando dos palavrões e de todo tipo de grosseria possível e imaginável.

Titãs
Titãs Os Titãs (Foto: Patricia Asega)
Pouco depois do meio-dia os Titãs subiram ao palco para tocar na íntegra o fundamental "Cabeça Dinossauro" de 1986. Claro que a experiência 2012 foi bem diferente da de 26 anos atrás, até porque apenas quatro dos integrantes originais ainda estão na banda. Mas é fascinante ver como todas aquelas músicas -inclusive as que não tocaram na rádio - ficaram na cabeça de toda uma geração. A segunda parte teve no geral canções lançadas nos anos 90 e 2000 e essas perdem em comparação ao que veio antes. Mas o grupo ainda tocou algumas canções mais antigas como Diversão, O Pulso e encerrou em clima de festa com Lugar Nenhum e Flores - que vai se firmando com a canção definitiva do outrora octeto.

Charles Bradley
Charles Bradley Charles Bradley e seu soul à moda antiga (Foto: Patricia Asega)
Para encerrar a maratona escolhemos mais uma sessão de black music . Primeiro com Charles Bradley mais uam discoberta do selo Daptones. A receita é conhecida: pegue um cantor veterano e desconhecido, dê a ele boas canções de tintura clássica, uma boa banda e é só partir pro abraço. O resultado é engraçado porque você vê um cantor de mais de 60 anos, cantando canções que soam antigas, mas que são recentes (ele só lançou seu primeiro disco no ano passado).

Bradley ao vivo faz uma mistura explosiva: temos as baladas rascantes ao estilo de Otis Redding, o lado R'n'B mais pesado de James Brown e o erotismo e sensualidade de Marvin Gaye.

A plateia aprovou e ele emocionado desceu até o público e por lá ficou por mais de 20 minutos dando calorosos abraços em inúmeras pessoas.


Larry Graham and the Graham Central Station
Larry Graham and the Graham Central Station Larry Graham (Foto: Patricia Asega)
Após uma longa espera finalmente Larry Graham e sua Graham Central Station subiram ao palco. Seguramente um dos músicos mais importantes da era do rock. Graham revolucionou a maneira de se tocar baixo e entregou um show de funk e soul que vai ficar na memória. O melhor ficou para o final com uma versão de I Want To Take You Higher do Sly and the Family Stone, a banda que o revelou ao mundo, com direito a dançarinos da cena black paulistana no palco e muita festa. Melhor final para mais uma Virada Cultural impossível.