Quem acompanha a cena independente brasileira provavelmente já ouviu falar do Nevilton (pronuncia-se neVILton) um trio que faz algo simples mas que anda bastante em falta no nosso cenário que é o velho pop/rock bem tocado e com letras inteligentes. Do tipo que pode ser curtido por tanto por indies e roqueiros quanto por seus pais e irmãos mais novos. Vindos de Umuarama no Paraná o grupo já rodou pelo país inteiro e onde passa consegue mais fãs graças à competência do grupo e da simpatia de todos eles. O Vagalume bateu um papo com o Nevilton (sim, a banda leva o nome de seu líder, assim como acontece em bandas como o Van Halen ou Bon Jovi) e o resultado está aí.
Apresente o Nevilton para quem ainda não conhece vocês Nevilton é um trio de rock vindo do Paraná que antes de se preocupar em soar roqueiro, se preocupa com fazer música para ouvir se divertindo, bebendo, namorando, viajando, iniciando o dia. Enfim, para qualquer momento que se queira tentar ficar mais feliz, animado, empolgado com a vida.
Nevilton (Foto: Ana Alencar)
Vocês são uma das bandas mais viajadas do país. Como conseguiram fazer isso vindo de uma cidade pequena e sem tradição em gerar bandas de música pop? Na correria mesmo. Ouvindo, lendo e acompanhando muito a movimentação de outras bandas e coletivos artísticos. Buscamos fazer intercâmbios com toda a turma, tocamos em festas de outras bandas e as trazemos para tocar nas nossas em Umuarama e região. E assim fomos indo.
É possível viver fazendo música pop no Brasil hoje em dia sendo independente? Deve ser. A gente vive isso (risos). Vive de música e para a música.
Nos shows chama a atenção também o ótimo nível técnico de todos vocês, mas a sua guitarra se sobressai. Desde quando você toca? Todos tocamos há bastante tempo, e acho que de tanta insistência acabamos conseguindo nos virar bem com nossos instrumentos. Eu comecei a estudar música desde pequeninho. Aos 7 anos já fazia aulas de teclado e com 12, 13 já estava no violão erudito e guitarra. Aos 15 já tinha banda, tocava na noite e estava começando a compor minhas próprias músicas.
Vocês abriram o show do Green Day (foto ao lado). Como foi tocar para um estádio lotado? Vocês conheceram a banda? Foi uma experiência incrível a de tocar pra tanta gente, trabalhar com tantas opiniões e impressões ao mesmo tempo ao ponto de se tornar algo impossível de se ter controle. Foi algo muito gigante e diferente de lidar. Somos acostumados a fazer shows em casas, teatros, bares.
A abertura para o Green Day foi uma experiência nova e muito boa para nós. Que seja a primeira de muitas que ainda teremos. Quanto ao Green Day, mesmo com aquela mega estrutura, conversamos com eles. E são humanos de carne e osso... Falamos de como era Umuarama, e falaram que a história em Berkeley na California, era naquela pegada também. Cidade pequena, pouca gente, poucos bares e espaços. Foi uma ocasião breve, com toda aquela correria de final de show, mas eles foram muito gentis e tranquilos.
Nevilton De Verdade
O disco "De Verdade" foi eleito um dos melhores do ano passado. Fale um pouco sobre ele e diga onde ele pode ser comprado/baixado/ouvido Pensando agora, parece que foi tudo muito rápido, mas passamos quatro anos lançando EPs e demos virtuais, distribuindo "Pacotões de Demo" feitas em CD-R e tocando em varios lugares pelo Brasil e sempre ouvindo aquele papo: "Tá, tem uma porção de músicas online, demos em cd-R, lançaram o EP Pressuposto, muito bonito e bem falado, mas só tem 5 músicas... É um EP, né? Quando lançam um disco "De Verdade"? Enfim, reunimos umas dez músicas que estavam nos repertórios dos shows, mais umas inéditas e fizemos tal disco "De Verdade" que foi tocado em trio, gravado os três tocando ao mesmo tempo, num estudio muito legal. Ele foi lançado em outubro de 2011 e ainda estamos colhendo ótimas opiniões e cada vez mais, mais gente canta junto nos shows, as respostas estão sendo ótimas. Quem quiser ouvi-lo é só passar no nosso site.
E para esse ano quais são os planos? Este 2012 ainda está bem calmo quanto a viagens, mas acabamos de publicar um clipe lindão, de Tempos de Maracujá. e espero conseguirmos lançar pelo menos mais uns dois clipes. Também estamos começando a trabalhar em mais músicas para o próximo disco. Se tudo der certo a gente grava este ano ainda! Inclusive, estamos nas finais de um concurso muito bacana que pode viabilizar a produção e gravação de um disco o que seria um baita adianto para nossa vida... nos ajudem entrando no site e clique na nossa foto, e em "Votar Agora", é como dar um "curtir" no facebook. Fácil e ligeiro!
Para terminar fale do clipe de Tempos de Maracujá que é bastante criativo (confira logo abaixo). Deu muito trabalho para fazê-lo? Deu muito trabalho! Desde que falamos a primeira vez com o diretor, Edson Oda, até o final de semana que gravamos o clipe foram quase dois anos tentando viabilizar os móveis e estrutura, conseguir horários livres no estúdio para ensaiarmos e testar câmera, luz e tudo mais, conciliar agenda dos envolvidos com agenda da turma da banda. Tanta coisa... tanto detalhe, coisa de louco, rapaz (risos)! Mas ficou muito bonito, né? É o que faz valer toda a correria e trabalho. Todos os envolvidos estão de parabéns (risos).
