Se existe um cara que mereça a "culpa" pela onda de artistas jovens cantando suas canções confessionais e atraindo a atenção da mídia esse alguém é Conor Oberst. Conor desde os 13 anos grava suas músicas e hoje mesmo tendo apenas 28 anos já parece um veterano com vários discos gravados, shows imponentes (até no Hollywood Bowl com orquestra ele já se apresentou) e acesso a celebridades do naipe de Michael Stipe do REM e Bruce Springsteen com quem dividiu o palco na turnê Vote for Change que tentou (em vão óbvio) convencer o eleitorado americano a abraçar a candidatura de John Kerry em 2004.

Conor é mais conhecido como o líder do Bright Eyes, banda centrada nele e de formação flutuante (mais de 100 músicos já passaram por ali em disco ou show) e está lançando agora um disco solo que leva o seu nome. Foi para divulgar esse álbum que ele veio ao Brasil para três shows.

Em São Paulo eles ocorreram no simpático Studio Sp que estava lotado de indies veteranos e novatos, ou melhor dizendo, novatas já que a quantidade de garotas presentes era bastante alta.

Acompanhado da Mystic Valley Band, ou parte dela, já que em disco a banda é um quarteto e por aqui apenas dois músicos vieram: o fiel escudeiro Nate Walcott no piano e eventual trompete e Jason Boesel ,também baterista do Rilo Killey.

Tímido e com um pesado casaco de capuz (do qual ele logo abriu mão para delírio das garotinhas), Oberst priorizou o repertório de seu projeto mais famoso incluindo as ótimas "Four Winds" e "You Will. You? Will. You? Will. You? Will".

As canções do novo disco (que só sai mês que vem mas já podia ser comprado no show) foram poucas e pelo menos uma delas, Salsalito, chama bastante a atenção.

Antes quem subiu ao palco foi a badalada Stephanie Toth que ao lado de Mallu Magalhães ajudou a colocar a palavra "folk" em todos os cadernos culturais. Mas se Mallu tem toda a pinta de talento já pronto que só precisa de lapidação, com Stephanie o caminho deve ser longo. Suas canções ainda soam como rascunhos, sem melodias fortes (uma necessidade quando se trabalha em um formato tão minimalista) e a voz sai fraca e sem convicção.

Ainda assim a menina deve estar muito feliz, já que nem em sonho ela deve ter imaginado que em um futuro muito próximo ela estaria tocando não em seu quarto mas no mesmo palco com um de seus ídolos (os dois cantaram Moon no show de quinta).

(Leandro Saueia)