Sei, eu estive tão ausente que quase me dei asas. E eu sei, persisti em manter nossa casa no olho do furacão que me cercou e fez ver o sangue dos erros cobrindo nossos passos outra vez.
E eu finjo entender o que resta de meu mundo entre os cortes e pontos que o sopro maldito fez em furos no papel e escarro nos olhos pra que não ouse esquecer por um segundo sequer.
Vê, um demônio se arrasta e te beija em tua cama. E vê, teu desejo é tão claro que cega. Então dança outra vez nossa música e deixa o mundo varrer os copos que derrubamos outra vez.
Abre a janela e contempla a ciranda das lâminas que aguardam nossa fome só pra ter um sentido qualquer nessa piada infame de pecados e perdão que insistimos em manter.
É repetição é repetição é repetição...
Então vem e esquece que eu sei tanto quanto você. Me abraça e diz as mentiras mais verdadeiras que possam me fazer sorrir quando acordar a teu lado e não mais lembrar quem sou.