Nas ruas das cidades a massa anda sem destino À beira da fatalidade um homem que nunca foi menino E nos caminhos tão soturnos, a madrugada fria e trêmula O vento que atravessa a alma, a morte chega e teima...
Teima em não largar e se aproximar dos seres dos viadutos Teima em destroçar seu povo e servir fiel a seu corrupto
Nas praças os garotos fumando pedras em cachimbos Sonhando alimentar a fome daqueles que não comem Em automóveis reluzentes brilham os anéis e os dentes Com vidros anti-povo, anti-bala, anti-tudo, anti-gente...
Essa gente que faz a riqueza aparecer Essa gente que é fermento pr’a fazer o bolo crescer...
Uma menina pobre que agoniza em vida A mãe que corre contra a morte não encontra alguém que cure a ferida A multidão que grita ensandecida, sem saber bem o porquê Não aprendeu os seus direitos, não lhe ensinaram a ler
Ler pra que se é mais fácil convencer aquele que não lê Convencer que fez o certo do jeito que o povo vê....
É o meu país, o teu país, nosso país, que um dia vai ser um lugar feliz (Refrão) O meu país, nosso país, que um dia vai ser como a gente quis...