Quero acender todas as luzes Quero iluminar minha casa, meu olhar Quero abrir e fechar portas, crente de meu bem estar Quero da dobradiça o ruído fazendo seu alarido Quero permanecer despojada, na varanda arejada Quero o dia como ele é, com chuva ou sol Quero me alimentar com gratidão, na fase de solidão Quero recolher os pratos e colocá-los na pia Quero lixo na lixeira, devidamente separado
Quero ser gente na igualdade dos seres Quero luminosidade na visão, na mente e no coração
Quero a comodidade do lar Quero o cheiro de meus lençóis e travesseiros Quero ficar em casa, mas nem todos podem ficar Quero manter organizados livros e documentos Quero esterilizar tudo para deter esse vírus Quero limpos todos os cantos Quero ver a água do ralo se esgotar acelerada Quero ver o pingo da torneira em verdadeira carreira Quero a liberdade de ir e vir, mas vou fugir da pandemia traiçoeira?
Quero ser gente na igualdade dos seres Quero luminosidade na visão, na mente e no coração
Quero superar os reveses da vida
Quero vida rotineira, deixando de reclamar Quero me abstrair de gente que só discorda por discordar Quero admitir que tedioso é não saber ser teimoso Quero o fim da isolação, que mais parece prisão Quero ser ouvida, falar só é desumano Quero ficar na varanda da vida, sobreviver confiante Quero ser melhor do que antes
Quero ser gente na igualdade dos seres Quero luminosidade na visão, na mente e no coração