Sou gaúcho do Rio Grande, dos gaitaço e dos galpões, recozido nos fogões e temperado na fumaça, faço parte de uma história, rebuscada na memória dos que são da minha raça, já pealei touro em mangueira, fiz rodeio e campereada, levantei de madrugada pra escutar o galo cantando. Assim fiz a minha vida, tenho amor por esta lida e deste jeito eu vou levando
Oigalê lida campeira que, a cavalo na vaneira, vem marcada no compasso, traz a história e a vivência do gaúcho da querência retratada passo a passo. Procurei fazer em versos as riquezas da campanha pra mostrar pra quem não viu o sistema campejano do índio xucro e aragano, no garrão do meu Brasil.
Trago atado na presilha a tradição da minha gente, corre em mim uma vertente que transborda em pensamentos e origina mananciais de costumes regionais, que se expande aos quatro ventos. Essa xucra ressonância reconfirma o modelo do gaúcho puro pêlo, das estâncias do Rio Grande e conserva essa cultura de um campeiro "alma pura", em qualquer lugar que ande.
Composição: Jean Pierre Scotton / Ronaldo Della Latta