Nara Leão

Marinheira

Nara Leão


MARINHEIRA
Quando for de tardezinha
minha companheira
na beira do rio
lá nas Marinheiras
meus olhos vazios
vão te espiar.

Lembra da lua saindo
por trás da palmeira
o rio é profundo
e a dor traiçoeira
tem dedos macios
pra me pentear.

Nunca matei passarinho
esse é meu segredo
que a água do rio
não pode escutar
viver sem carinho
me mata de medo
eu sei que outro bicho
vai te cobiçar.

Se a tua beleza
adormece mais cedo
eu durmo com medo
de nunca acordar
pois o teu cabelo
me escorre entre os dedos
e a água do rio
vai te carregar.

Acho que foi num domingo
foi no derradeiro
que eu senti no cheiro
nascer meu penar
um cego menino
veio me contar.

Trazendo a felicidade
chegou um veleiro
nas cores mais lindas
deste mundo inteiro
lá do meu terreiro
eu pude avistar.

Uma formosa senhora
de olhar estrangeiro
que o meu sete-estrelo
pretende ofuscar
que luz irradia
arde o seu cabelo
como um pesadelo
a me condenar.

Mudaram meu nome
cortaram minha veia
e eu durmo com medo
de nunca acordar,
pois o teu cabelo
me escorrem entre os dedos
e a água do rio
vai te carregar.

Composição: (fernando Falcão-fausto Nilo)

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