Nando Reis
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Como Somos

Nando Reis

Jardim - Pomar


Começa o infinito
Com dois zeros
Protótipo do filho
feito feto

O embrião come na manjedoura
A gestação no ventre reza uma novena
A alma agarra a carne sedutora
O corpo cromossomos gens Dna

Carrega a mãe o embrulho
No colo um véu
Luz à treva escuro
Brilho no céu

Na infância indaga Ó triste jardineira
por que a camélia deu suspiros tão mortais?
Beija na tela a estrela de cinema
No pierrot a mesma máscara negra do carnaval

Hoje a noite tem luar
O sol de novo há de brilhar
Na linha do horizonte
Vai passar o tempo

Vou pra longe procurar
Vou para Pasárgada
Vou me me vingar
Vou matar o Tempo
E ser imortal

Atravessa labirintos
e desertos
Mil gols do eterno
mito Rei Pelé

Na escola aprende a não dar bandeira
Mas até hoje não entende o que é um mol
Fez faculdade pra seguir carreira
Mas sonha mesmo em viver do futebol

Hoje a noite tem luar
O sol de novo há de brilhar
Na linha do horizonte
Vai passar o tempo

Vou pra longe procurar
Vou para Pasárgada
Vou me vingar
Vou matar o Tempo
E ser imortal

Bastaram dois sorrisos e um olhar
Foram mais felizes sendo um par
Morreu o pai porque nasceu primeiro
Renasce agora como avô, seu filho é pai

Escreve no epílogo
Seus tristes versos
Encerra o seu livro
Controverso

A gente morre a vida é passageira
Escorre lenta vai minguando e aqui jaz
Pra uns demora mas a hora chega
E esse encontro ninguém pode evitar

Composição: Nando Reis/Samuel Rosa

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