Mulher do Padre

Normal

Mulher do Padre


O cachorro me botou na coleira
Me levou pra passear pela rua inteira
Me ensinou a ser um cara legal
Me bateu com o jornal
Pra eu não fazer besteira
E eu achando aquilo tudo tão normal
Um cachorro que nem gente até que iria ser legal
E foi batendo aquela dúvida sem fim
Afinal que disse que não poderia ser assim

O dinheiro me tirou da carteira
Pra pagar suas contas que já iam vencer
Importante, pois muitos trabalhavam e outros até roubavam pra poder me ter
E eu achando aquilo tudo tão normal
Remendado com durex eu ainda era o tal
Agora ele é quem dependia de mim
Afinal quem disse que não poderia ser assim

A camisinha me tirou da embalagem
Para a sacanagem que ia começar
E eu perdido, sem saber bem ao certo
Se eu devia sair ou se era pra entrar
E eu achando aquilo tudo tão normal
Protegendo a proteção que protegia o meu pau
E eu descartável e já sabendo do meu fim
Afinal quem disse que não poderia ser assim

A plantinha, me botou num papel
Fez um boing com meu e curtiu a doideira
Me tragou, toda sorridente, me mandou pra mente, fazendo careta
E eu achando aquilo tudo tão normal
Um bauret me queimando até que iria ser legal
E eu carburando e já sabendo do meu fim
Afinal quem disse que não poderia ser assim

Mas Jesus Cristo, clamou pelo meu nome
Me pediu uma ajuda, sem saber o que fazer
Acendeu velas para minha imagem, pediu que seus problemas eu fosse resolver
E eu achando aquilo tudo tão normal
Agora eu tinha o controle sobre o bem e o mal
Todos os santos se voltavam para mim
Afinal quem disse que não poderia ser assim
Afinal quem disse que não poderia ser assim
Afinal quem disse que não poderia ser assim

Composição: Emilio Silveira E Heriberto Costa

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