Mr. Borges

Destino

Mr. Borges


Sabe aqueles dias que cê acorda e não sabe o que esperar
O vento vem, começa balançar
As folhas caem, O vento sopra
O ideal que se faz, sem ir nem volta
Idealizar o inimaginável
Todo um caminho certo, vira inutilizável

Sonhar, sonhar, sonhar e não viver
Pensar, pensar, pensar e não entender
O que a vida propõe
Se é que propõe
Já não entendo mais nada
Será que eu não entendo ou será que é uma cilada?
Palhaçada

Confundem nossa mente, quando
Cê vê não crê em mais nada
Maconha que não mata ninguém é proibida
Bebida alcoólica que mata milhões
Pela grana é vendida
Massa iludida

Acha que tudo sabe
Acha que sabe tudo, não sabe de nada, inocente
Vejo nossa gente
Caída nas ruas
Esperando que do céu caia

A vida não é uma praia

Acham que o governo tudo vai fazer
Pra melhorar
Vão cansar de esperar
Vão morrer na miséria
Acreditando que as propostas eram sérias

Acham que o dinheiro de lá é pra matar a fome
O que vem de lá, não se importam se cê come
Enquanto cê for escravo, o voto deles garantido
Cê vai continuar aí, deitado, fodido. esquecido. iludido

Lembrado novamente só daqui 4 anos
Só se tiver nos planos
Isso se viver até lá
Se uma bala perdida não te encontrar

Um Pm despreparado
Te derruba baleado
Alegando que cê era um noiado safado

Quem vai comprovar o contrario?
Sozinho no mundo, chamado de otário
Ninguém sabe, ninguém viu. Perderam o horário
Vagando sozinho, nesse itinerário

Ponteiro parado
Câmeras por todo lado
Só flagram a putaria ao redor
Tiram a liberdade, fazem de tudo pra expôr
A cor
Da pele ainda importa
"Tem que ser assim. Se comporta"
Fazer uma analítica
Os mesmos que condenam aumentaram as estatísticas

Negros 39 mil
São mortos no Brasil
Por ano
Genocídio africano

As vezes nem sei se humano tem alma, e perambula
Essa doença sem remédio, sem cura, sem bula
Filhos da puta
Filhos da pátria
Não sei quem que gira a catraca

A roleta-russa
O disparo do fuzil, bala injusta
Quando custa?
Custa quanto pra você?
Não da pra entendê'
Como um humano mata outro, assim, sem motivo
Tudo é um jogo político

Vish
Me da um crivo
Pra acalmar
Não fumar
Evitar um câncer de pulmão
O cara evita tudo e leva um tiro de canhão

E a lógica da vida?
A gente desvia de tudo, encontra uma bala perdida
Sempre é perdida, nunca acham um culpado
Se culpam alguém, é sempre um favelado
Ou traficante
Nunca o meliante
Usa farda, chamado pelo sobrenome
Sempre é alguém sem nome
Sem nome do pai no Rg
Coincidentemente, geralmente
É alguém que tem passagem
Nem passa na pesagem
De cabeça cai na armadilha
Vira mulher, informante da quadrilha
Cagueta a família e cai
Ninguém sabe de nada, só vai

Cercado de pneu, fogueira pros mano
Fumaça pro ar, 'quem era aquele fulano? '
Ou com uma bala no coco, deixado pra trás
Se foi, não lembram mais

O crime não compensa, todo mundo sabe
"Quero as parada da Tv, que se foda, que desabe"
"Vo mete bronca, nem que seja só uma vez"
Começa por curiosidade, depois vira fregues
Logo virou esporte, vai tentar sorte
Parar um carro forte
Chegou todo pimpão
Com o canhão na mão
''Passa os malote, tiozão
Não reage não
Deita aí no chão. sei que cê tem familia
Não embaça minha trilha. eu tô cheradão
Se reagir, partir sem esposa e sua filha''
Lá de trás, um tira escondido. viu o desatento menino
E atirou
Nas costas do moleque
Zerou o contra-cheque

Esse virou seu hemisfério
Droga, assalto, o fim é sempre o necrotério
Geralmente o fim é esse Capitalismo o maior assassino
Tudo gira em torno de dinheiro
E infelizmente esse o seu destino

Composição: Simão Pedro Borges

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