Um desacordo entre ordens, Mais um preto que morre Dedicaram a cena a tv, mesmo sendo ruim pra quem vê Foi um carro vindo da contra mão, ligeiro A fuga e os irmão No banco de trás, gritando demais Seus pés já não alcançam os pedais E nos pés os rivais, com a sede de quem corre atrás Lá quem descansa menos, vive mais Cê foi, sem boi, o bagulho veio a milhão Barulho de explosão, sem tiro e sem coronhada Os dois, sem oi, sem tchau, negão, entulho e lixão Cês viram eles na semana passada E na quebrada o clima é tenso, de despedida Mais uma vida que foi perdida numa batida E na levada eu faço jus e encaixo no beat Nunca pensei que uma batida podia me deixar triste E insiste na mesma ideia louca Que morrendo era herói Já que a sua chance era pouca
Foi um anjo e hoje vira um santo E eu canto a vida
Avenida parada, curiosos em volta Família que chega trazendo desespero, dor e revolta "Me solta! " Diz a mãe pro Pm Que quis te segurar, quando no ato ela quebrou a sirene E a dor aumenta a cada flash do giroflex A parada não passa nem com umas mil caixa de dorflex Nem com mil talão de cheques Chegou rapidão pelos moleques Que trouxeram a notícia tipo encomenda sedex Olha de longe os causadores da história Mau eles sabem que cada um vai ter a sua hora Ninguém imagina como tudo isso aconteceu Pra onde que eles iam, porque que ele morreu Os culpados do bagulho tão de braço cruzado Pedindo pra Deus pra que o caso não seja apurado Porque se for, vão descobrir uma parada O trabalhador só quis dar carona pros patrão da quebrada
Foi um anjo e hoje vira um santo E eu canto a vida