Mauro Moraes
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Treze Fletes

Mauro Moraes


Neste viver transumante, treze cavalos montei
Treze pelagens distintas, os treze fletes de lei
Era rosilho o primeiro, pĂȘlo de brasas dormidas
Que se recolhem de cinzas velando noites compridas

Foi baio ruano o segundo, pĂȘlo de libras e sĂłis
Crinas brancas como geadas, matizadas de arrebĂłis
O terceiro um colorado, pĂȘlo da cor das sangrias
Tranqueava sonando as ventas nas madrugadas mais frias

Tive depois um tostado como pitangas maduras
Bom de campo e de carreira, vaqueano em noites escuras
O quinto foi um gateado, tinha a cor dos pajonais
PĂȘlo e negaça de puma que se esconde entre cardais




Depois encilhei um mouro, bom de boca e trote bueno
Com pĂȘlo de um poncho pampa, respingado de sereno
Nesse cambiar de montadas, um tempo pra cada flete
PĂȘlo de açĂșcar queimado, foi zaino o nĂșmero sete

Tordilho como as melenas encanecidas de um taita
O oitavo dos meus pingos gostava de um som de gaita
Depois tive um alazĂŁo, lindo como flor singela
Nos ranchos que eu nĂŁo chegava vinham me olhar na cancela

Outro lobuno me lembra, fumaça de bamburral
PĂȘlo de nuvens escuras pressagiando temporal
Era o décimo primeiro picaço, estrela na cara
Na noite escura do pĂȘlo um lunar na testa clara

Noutra feita um douradilho que em seu pĂȘlo refletia
Lampejos de ĂĄgua correndo ao sol quando nasce o dia
Tem pĂȘlo de seda negra, o pingo que encilho agora
Noite sem lua ou estrelas, sem um sinal pĂȘlo afora

É ele o nĂșmero treze dos que tive e encilhei
Treze pĂȘlos sem parelhas, os trezes fletes de lei!

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