Maumbu
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Teto Preto

Maumbu


Por onde andei, vi vários sumir
Com as pernas cansadas, eis me aqui
Tenebrosa jornada
e eu vejo meus manos de baixo da sombra
Seguir nessa estrada, cabeça esgotada
Com as perna cansada, mas não pega nada
A resistência é pesada, língua de navalha
Tá bem afiada e a bomba tá plantada
E eu tô de campana como quem não quer nada
Vagabundo na saga, me passa a caneta
Que o punho endireita e não tem desfeita
Que a alma me pede e a mente clareia
Acorda pra cuspi, a vida tá aí
Já ficou tarde pra tu refletir
O mundo é moderno e vai te ferir
Saudosa maló que tá na frequência
Tamo na guerra pro bate cabeça (bate cabeça)
O sonho tá alto, meu pé ta no chão
eu não, coleciono incerteza
Então guarde o lugar do banquete
que o Hartmann vai fuder a realeza
Os meninos têm dote, conta os pacotes
então bote os malote na mesa
La mafia es nostra, es cosa nostra
Não abraça a ideia pipoca
E sem da milho e sem da grosa
Meus amigos eu conto nos dedos
que se foda os pitipitoca
Passa longe e não me toca
Com essa bafo de fofoca
Maumbu nunca deu guela
Pegaram o bonde andando
e querem sentar na janela

Atravessei a escuridão e vi a luz morrer
O vazio dentro de mim, me impede te ver
Fui conduzido ao fim e já tô por um fio
A noite fez meu teto nesse mundo sombrio
O teto tá preto mano, meu olho ardento tanto
A boca tá seca, enquando
eu vejo mais almas em pranto
Observo os demônios chegando
me interno buscando recanto
Aonde eu liberto minha mente
sempre ciente do plano
Acendo um cigarro de palha
e racho minha dose com o santo
Eu ouço o choro dos anjos
clamando por paz nos seus cânticos
Adiante a maldade revela
o sangue na terra de tantos
O poeta diserta a palavra correta
enquanto os profetas profanam
O teto é preto memo mano e já fazem anos
O engano surgiu sobre o manto
do sonho de um tempo ilusório
As folhas de outono preenchendo o solo
e eu me recomponho
Logo me jogo na toca do monstro
enquanto me movo pelo calabouço
Meu corpo ficando mais denso
o frio cortando minha carne chegando no osso
E o clima ficando mais tenso
um arrepio subiu a espinha, eu já tô pronto
Pega a fila e bate o ponto
porque a firma é de família, e só tem louco
A fábrica é de rima, a laje a nossa casa
A lágrima é de tinta e escorre
no quarto do carma
No, corre da madrugada
nós não para nem um pouco
Sou Maumbu meu parça
e tô aqui pra virar o jogo

Visão tá turva, me esfolo na curva
tudo escureceu
Só viatura, pupila escura
entrei num mar de breu
Quantos olhos tem que abrir
pra tu não ficar parado
Os que fazem a violência
pelo Estado são financiados
Em terra de cego quem tem olho... é rei
Desabafo da minha alma como sempre é de lei
Hey, não abaixe a cabeça
nesse purgatório hostil
Serviço comunitário por homicídio é o Brasil
Hu! Olhos vendados, mas tá clara minha garra
Acabou-se a farra, formigas
mascam restos de cigarra
Policiamento sem discernimento
em meio a multidão
Pm, P2, paisana equivalente à rojão
Milícias, marionete, verdadeiros opressores
Porcos sem fardas, rajadas
nesses, infiltradores
Comprados por partidos, legítimos terroristas
Pratrocinada pelo inferno e governos racistas
Só vista grossa, chegamos na fossa... eleitoral
Ô minha nossa, quando tudo engrossa
vão pela lateral
É foda! O descaso permanece
Nem sempre as medalhas são dadas a quem merece

Composição: Hart, Vilela e DiSilva

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