Então demoro, mais um triste relato Agonia de um pecado de sangue o palco manchado Melancolia de um recado, o poeta ferido pelo passado Eu já não tenho alternativa e vejo meu o sonho fracassado Perdi minha alegria já faz algum tempo ainda me lembro daquele momento (eu devo tá sonhando acordado) Contato constante, com tanta agonia me fez enxerga e rasgar o contrato E agora se liga no fato, de longe só observei e ganhei sua conduta no ato Parado de canto eu sigo flagrando toda maldade que me espreita Aqui não tem santo é só sombra na noite de lua cheia A cara de espanto das almas em pranto luxúria vaidade semeia O encanto da medusa desvia da porta estreita O dado é claro, largo é o caminho da perdição Julgado pelos atos fiz a curva na contramão A semente do pecado plantada pela ilusão Sem limite, seu respeito descendo no ralo junto com o palco e com a competição
O outro lado é tão frio Eu tive um pesadelo eles vieram me buscar Do lado de lá, eu vi meu lado sombrio A crise da ferida que não cicatriza
Minha posição, pra variar ainda é a mesma Me diga qual decisão abriu espaço pra incerteza Mais um corpo em exposição a mercê dessas hienas Todo dinheiro e ambição não cura minha tristeza Eu tô com minha mente quebrada de repente minha vida não vale mais nada Eu tô com minha arma engatilhada no colo tomo uma dose curta e amarga Vejo mais almas meus entes queridos na sala o desespero da morte hoje me acalma hoje me agrada Me afogando em água salgada sinto gosto da lágrima, o peso da minha jornada O fim se aproximando na mesma praia onde sua festa não acaba E as infinitas palmas escravizam todo riso pela falha ou pelo espaço indevido Pela discriminação do meu motivo eu escolho a saída mais rápida Beirando a loucura em quatro paredes A poesia é noturna, o monstro ainda tem sede
O outro lado é tão frio Eu tive um pesadelo eles vieram me buscar Do lado de lá, eu vi meu lado sombrio A crise da ferida que não cicatriza