A Saga
Eu vou cantar, vou contar
Para o povo de valor
Como Ă© que se formou
Um artista popular
Um dia antes de eu nascer
Combinei com o meu guia
O que era que eu seria
Meu ofĂcio de viver
D'estar que eu vou lhe dizer
ocĂȘ jĂĄ Ă© compositor
Nos versos um trabalhador
Mas pra mostrar os seus poemas
Vai se valer de muita teima
Pra um dia ser um cantor
E ele ainda me falou
Se nĂŁo quiser cantar, nĂŁo cante
Pra depender a cada instante
De quem de vocĂȘ se agrade
Caia dentro meu compadre
VĂĄ vocĂȘ mesmo se virar
Acabar vou lhe contar
O cantor quem ganha fama
Quem compÔe fica na lama
E ninguém ouve falar
EntĂŁo no dia em que eu nasci
Um trovão no céu roncava
Com sete dias eu falava
Sete lĂnguas diferentes
AlemĂŁo fluentemente
Espanhol, russo, francĂȘs
InglĂȘs, ĂĄrabe, japonĂȘs
No portuguĂȘs jĂĄ tĂŽ barbudo
Quinhentos anos de estudo
No Brasil e ainda nĂŁo sei
Eu conversei com a minha mĂŁe
Ainda na maternidade
Falei da minha vontade
Ser cantador de embolada
Cantar em feiras e calçadas
Para o meu povo sofrido
Ela sorriu do meu pedido
Meu fio vocĂȘ vai passar fome
Lasca a guela e o seu nome
NĂŁo vai ser reconhecido
VocĂȘ tem que ser sabido
Se meter no rock� roll
Desse bicho ser cantor
Ir se bater em New York
Se rebole, cante, toque
Arrume logo uma galegona
Daquelas doidas cafonas
Mas nĂŁo despreze o seu pedido
Junte quatro maluvidos
E forme a Maria Scombona
Composição: Henrique TelesOuça estaçÔes relacionadas a Maria Scombona no Vagalume.FM