Eu andei, andei sem rumo e sem prol E me cansei de uma vida bem careta e me transformei Me chamam de marginal; E me embalei sempre apoiado pelos nomes que me davam Por quem se diz que é o certo, pois disserto Eu mesmo me abandonei.
Uma vez o mar não bateu na praia Uma vez, sim, o luar não prateou; Uma vez sonhei com um mundo Pra gente viver só de amor
E me instalei lá nos fundos da prisão e de quando em vez Eles vinham me buscar pra outra vez... Me chamam de vagabundo; E eu fumei, eu ingeri, eu quis tomar e eu tomei... Minha cabeça foi pro ar, eu viajei... Me chamam de viciado.
Uma vez o mar não bateu na praia Uma vez, sim, o luar não prateou; Uma vez sonhei com um mundo Pra gente viver só de amor
E aqui vou eu, calça de jeans, uma viola E aqui vou eu, jeito de jovem sem emprego e sem valor Me chamam de um perdido; E lá vem Deus, e vem sorrindo e me chamando de “meu filho” Me estende a mão e me quer bem, peço perdão Me chama de oração.
Uma vez o mar não bateu na praia Uma vez, sim, o luar não prateou; Uma vez sonhei com um mundo Pra gente viver só de amor