Mão Morta

Cárcere

Mão Morta


As noites de solidão sob as estrelas No vazio do teu quarto
A casa encaixotada O soalho E as horríveis linhas paralelas até à parede
O nada absoluto Que te faz vomitar e te tortura
Nessa letargia de junkie sem tempo Fora do tempo

Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida

E as cinzas vermelhas dos teus olhos Em contrabando de afectos
Sentindo o vácuo E o medo de não ter a merda do pó De acordar sem a merda do pó
Os músculos rígidos O poderoso nó no estômago Que te faz saltar as tripas
O medo de não poderes fugir de ti De não conseguires esquecer esse corpo

Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida

Esse corpo que já não serve para nada Retalhado na sua cosmogonia
Que te tortura na sua inactividade Que te prende agora ao quotidiano metálico da prisão
Morto nos odores da humidade Dejecto pútrido Esperma
Em valsas sonhadas no ressonar da noite de cimento que te envolve

Composição: [adolfo Luxúria Canibal / Vasco Vaz]

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