Luiz Marenco

Meu Relato

Luiz Marenco

Querência, Tempo e Ausência


Se acabou a primeira sova
do jeito mais desastrado
rodou o amadrinhador
num lançante esburacado
-que bagual coroveador
e meio louo eo bragado-
deiou as pilhas do Almançor
penduradas nos farpados

Que carreira mal havida
deu o baio, meio focinho,
mas o povo nas balizas
dem que ganhou o douradinho.
Ruzou de meio fiador
se viu, foi trampa de fato.
Na guaiaca o julgador
e nem bateram retrato

São causos das noites grandees
entre labareda e sombra
Um pardo bate o bordão
quem não conhece s assombra.
Abre o livro do galpão
e é da boca de um peão
que este universo se alonga

Quem lida com touro brabo
convém não andar om pressa.
Ontontem no Parador,
touro abichado na peça,
um tiro de meia espalda
foi que fez a poraria
ranchou-se a égua gateada
sem tempo de abrir a presilha

Bateram as huvas de junho
bufando o ar de tragédia
Norato encilhou o tordilho
foi pra osta à meia-rédea
Slvou o gado das enhentes
e última vez que alguém viu
trazia um guaxo na frente
cruzando o meio do rio

O que eu trago dessa gente
me toca seguir cantando
Não me importa geografia,
com vida de contrabando
A guitarra que me ronda
e um verso de quando em quando
busco em aires de milonga
ar pra seguir respirando...

Composição: Sérgio Carvalho Pereira / Luiz Marenco

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