Lombra Nervosa
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Andando Por Brasília

Lombra Nervosa


Andando por Brasília, olhando pro céu/
Às vezes a vida é boa e doce como mel/
Dia tranqüilo e calmo, nada pra fazer a tarde/
Pego uns trocado e sigo, vou pro centro da cidade/
Buzão tranqüilo, estava vazio/
Puxo a cordinha e desço, Shopping Pátio Brasil/
Pergunto as horas pra uma senhora, “São quatro e meia”/
Respondeu a tiazinha me olhando de cara feia/
Mas vou entrar no Pátio, então acelero o passo/
Puta que pariu, lembrei de novo de compasso/
E de cateto, seno, hipotenusa/
Lembrei também que ta faltando blusa/
Mas como diz o Cazuza, o tempo não para/
Eu entro no pátio e já do de cara /
Com preços e marcas inviáveis tá ligado/
Tem tênis custando mais de 500 cruzados/
Isso tudo no país do desemprego, corrupção/
Onde o pobre só se fode, e o rico tem mensalão/
Sociedade consumista/
Os valores invertidos, vou ficando pessimista/
Prefiro me lembrar do final de semana/
Eu e os broder maluco indo atrás de carona/
Porque eu tenho carro, só tenho minhas rima/
Por isso que eu num agarro as Maria-gasolina/
Num é a mim, é o carro que elas quer/
Eu é que num quero esse tipo de mulher/
Nada na cabeça, formas sem conteúdo/
Maria-gasolina, Maria-Gangueira, Maria-tudo/
Que nem a playboyzada da cidade, perdida/
Neguim que ser bandido mesmo tendo de tudo na vida/
Faz pose e Gangue, sai briga, ataca/
O corpo é forte, mas a cabeça é fraca/
Não!Eu vou é parar de pensar/
Respiro fundo, e continuo a andar/
Passo pelo Mec, sem um puto, revoltado/
É caro e faz mal, mas eu já to viciado/
Eu finjo que num vi, cês finge que acredita/
Prossigo meu rolé nessa cidade bonita/
Saio do Pátio, e vou pra Torre da cidade/
Olhando o horizonte lindo, fico a vontade/
E vou pensando na vida, na prova da escola/
Amanhã é Geometria e eu nem fiz a cola/
Lembro de um tempo bom que num volta nunca mais/
Brincar no Nicolândia, andar de bike com meu pai/
Neném, pequeno, feliz e em paz/
Pureza na cabeça, não ficava atrás/
De estresse, os problemas só cresce/
Mas meu Deus é maior e isso sempre prevalece/
Atravessando a rua fui quase atropelado/
Foi coisa de segundo o carro passou voado/
Eu sigo meu caminho, e abro um sorriso/
É, falta mais um pouco, pra eu ir pro paraíso/
Depois da Torre, desço pro Conic/
Num é Píer 21, nem tem bitch de butique/
Com meu Hemp no pé, fui lá compra boné/
Que é pra bota, num é?Que é pra pega mulher/
Rodoviária a pé, porque pertinho é/
Entrei na Van lotada que nem um mané/
Porque buzão não tem, eu não quis esperar/
Na Van tem mais de cem, e tem mais pra entrar/
Quando to puto nem, inda pode piorar/
O preço da passagem acabou de aumentar/

“Andando por Brasília/
Nesse País Lugar melhor não há/
Meu Deus mais que cidade linda/
Fazendo Rap represento meu lugar/”

Composição: Lombra Nervosa Crew

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